Atentados em Paris deixam ao menos 132 mortos e 352 feridos
Agência Brasil
Homem chora em frente ao restaurante 'Le Carillon', um dos alvos dos ataques terroristas em Paris (Foto: Reuters)
Os atentados terroristas liderados pelo Estado Islâmico em vários pontos de Paris, na noite de sexta-feira (13), causaram 129 mortes e deixaram 352 feridos, segundo números oficiais.
A polícia identificou mais dois franceses que explodiram a si mesmos nos ataques coordenados em Paris na sexta-feira, disse a promotoria, que também anunciou ter emitido um mandato contra um homem belga que alertaram ser perigoso.
Os dois homens, que tinham 20 e 31 anos, foram agressores suicidas no Stade de France e em um bar no 11º Distrito.
Através do Twitter, a polícia francesa divulgou a foto de Salah Abdeslam, que vivia na Bélgica, e está foragido. Ele foi descrito como "perigoso" e as autoridades pediram ajuda para localizá-lo.
Foto: Reprodução/Twitter
Oficialmente, apenas Omar Ismael Mostefai, de 29 anos, foi identificado como terrorista na ação. Ele vivia na França e seus parentes estão sendo interrogados.
Ainda neste domingo (15), o jornal "New York Times" divulgou, na tarde deste domingo, que uma fonte ligado ao governo francês informou que as autoridades estão em busca de um oitavo suspeito de envolvido nos ataques. No sábado, as autoridades haviam divulgado que os oito extremistas que participaram da ação haviam sido mortos. Depois, o número foi corrigido para sete.
Mais cedo, um segundo carro utilizado no ataque ao Le Bataclan, a casa de espetáculos onde 89 pessoas foram mortas, foi encontrado por policiais - o que reforçou a suspeita de que o oitavo extremista tenha fugido. No interior do veículo, diversos fuzis AK-47 - o mesmo modelo usado pelos autores das mortes.
Durante a tarde, promotores belgas afirmaram que sete pessoas foram detidas após, e que dois dos terroristas moravam na Bélgica. No sábado (14), o pai e o irmão de um suspeito de participar dos ataques foram encontrados e detidos para investigação.
Investigação
Os ataques parecem ter sido feitos por até três equipes, disse neste sábado o promotor público de Paris François Molins. "Nós podemos dizer neste estágio das investigações que houve provavelmente três times coordenados de terroristas por trás destes atos de barbárie", afirmou ele em conferência de imprensa.
Ontem, a Grécia informou que um passaporte encontrado próximo ao corpo de um dos atiradores pertencia a um refugiado sírio.
Combate ao Estado Islâmico
O primeiro-ministro francês Manuel Valls informou que o país vai manter sua intervenção na Síria com objetivo de atacar alvos do Estado Islâmico, depois que o grupo assumiu responsabilidade pelos ataques que mataram 129 pessoas em Paris. Valls disse à rede de televisão TF1 que o governo também planeja ampliar o estado de emergência imposto para toda a França após os ataques de sexta-feira na região de Paris, a fim de dar às autoridades amplos recursos para combater o que ele chegou de um inimigo "muito bem organizado".
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Atentado
Militantes do Estado Islâmico, armados com AK-47 e bombas, atacaram restaurantes, bares lotados e a casa de shows Bataclan nos arredores de Paris, na noite de sexta-feira (13). Até agora, os números oficiais contabilizam 129 mortos e 352 feridos.
Oito terroristas, todos com coletes de explosivos, atacaram sete locais, entre eles o estádio nacional, onde ocorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha. Sete extremistas foram mortos.
Estes foram os atentados mais sangrentos na Europa desde os ataques em Madrid, em 2004. "Esta terrível provação (...) sabemos de onde vem, quem são estes criminosos, que são estes terroristas", afirmou Hollande.
Corpos de vítimas após ataque em Paris (Foto: Reuters)
Vídeo mostra momentos de desespero durante os ataques:
Novo vídeo mostra barulho de explosão durante partida entre França e Alemanha:
Medidas de segurança
O ministério do Interior francês pediu, em comunicado aos parisienses, que se mantenham em casa, e divulgou um número de informações ao público. "As pessoas que se encontrem em casa, em casa de amigos, ou em instalações de trabalho na região parisiense, devem evitar sair, salvo em caso de necessidade absoluta", de acordo com a página do ministério na internet. A prefeitura de Paris já havia feito essa mesma recomendação ainda na noite de ontem, tendo cancelado também várias linhas de metrô, trem e ônibus que levam aos locais que foram foco dos atentados.
As autoridades criaram uma plataforma online, www.securite.interieur.gouv.fr, para reunir testemunhos que possam ajudar nas investigações.