13/04/2023 20:39:00 - Atualizado em 13/04/2023 21:45:00

"Vamos acabar com esse programa de grilagem", afirma o ministro Paulo Teixeira

Redação RedeTV!

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar é o entrevistado do 'É Notícia’ desta quinta-feira (13) às 23h45

(Foto: RedeTV!)

Em entrevista ao 'É Notícia”, que vai ao ar nesta quinta-feira (13), o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, falou sobre as medidas que o governo federal adotará para coibir e extinguir a prática de grilagem no Brasil.

O crime que envolve invadir, ocupar, lotear e obter propriedades de terras públicas sem autorização legal cresceu durante o governo de Jair Bolsonaro, principalmente, na região Amazônica. 

Desde 2022, as solicitações de regularização de terras podem ser feitas por serviço digital. O ministro ressalta, porém, que não havia nenhum tipo de vistoria, possibilitando o agravamento da exploração. “Não tinha nenhuma condição de acontecer. O que for irregular vamos rever. Não pode ter irregularidade no nosso governo. Vamos acabar com esse programa de grilagem”, destacou. 

Para o ministro, o ex-presidente Jair Bolsonaro incentivou a grilagem e o desmatamento. De acordo com ele, a liberação de armas levou ao aumento das áreas de conflitos. 

Segundo Paulo Teixeira, a reforma agrária foi extinta nos últimos anos, com a paralisação de programas. A pasta pretende recadastrar todas as famílias e criar novos acampamentos com investimentos em créditos para infraestrutura. “Vamos recuperar todas as áreas que estavam em estágio avançado de desapropriação. Vamos continuar, já fizemos análises de improdutividade.”

Com o objetivo de apostar numa produção sustentável, a pasta está desenvolvendo um programa de reflorestamento, no qual o solo é usado para cultivar plantas nativas de espécies arbóreas ou arbustivas, frutíferas, madeiráveis ou adubadoras. “Estamos desenhando um programa para reflorestamento na Amazônia legal com agroflorestas, com plantas que sejam economicamente rentáveis”, disse o ministro. 

100 dias do governo Lula 

Teixeira fez um balanço dos primeiros 100 dias da terceira gestão do presidente Lula, destacando a defesa da democracia após os atos golpistas de 8 de janeiro. “Nos primeiros oito dias, houve um ataque sem precedentes à democracia brasileira, tentativa de golpe. O presidente Lula agiu com muito rigor e segurou a democracia.”

Além de citar a defesa da democracia e a retomada de programas sociais, o ministro comentou o reforço das relações internacionais com a volta de Lula ao poder. Teixeira, que fez carreira política em São Paulo, participa da comitiva presidencial na viagem à China, a maior parceira comercial do Brasil. 

As críticas de Lula ao Banco Central e à taxa de juros foram defendidas pelo ministro, que considera inconstitucional um presidente do BC invadir o mandato de outro presidente da República, já que atuam com políticas distintas. “Sabe o que eu acho mais grave, Kennedy? Eles são escolhidos em um governo. Esses caras foram escolhidos no governo Bolsonaro. E o mandato deles invade a gestão do presidente Lula”, argumentou, ao falar de Roberto Campos Neto, atual presidente do BC. Indicado por Jair Bolsonaro, Campos Neto permanecerá no cargo até dezembro de 2024. Em síntese, o ministro defende um mandato para a presidência do BC que coincida com o mandato do presidente da República.

Ao responder à pergunta sobre a reeleição de Lula em 2026, o ministro também demonstrou ser favorável à candidatura do petista. “Foram muitos anos de destruição de políticas públicas. A reconstrução do país vai requerer um período maior. Por isso, eu defendo que o Lula seja candidato a sua própria sucessão”, afirmou.

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