José Dirceu considera taxa de juros do BC um crime de responsabilidade

O ex-ministro da Casa Civil falou sobre o cenário econômico do país em entrevista ao "É Notícia"

(Foto: RedeTV!)

Considerado um dos principais nomes da esquerda, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu comentou o cenário econômico do país em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar durante o “É Notícia” desta quinta-feira (6), às 23h45. 

O político classificou como um crime de responsabilidade a taxa de juros no Brasil. “Eu considero quase um crime de responsabilidade o comportamento de Campos Neto (…) Não há nenhum sentido para manter essa taxa de juros”, criticou Dirceu. "O Lula tem toda razão!”, completou o ex-ministro, destacando que é preciso buscar uma solução e que o presidente do Banco Central quer governar o país. 

O ex-dirigente do PT pontuou que é necessário um acordo nacional para que o Brasil tenha novas oportunidades internacionais. “Acredito que precisaríamos de um acordo nacional, porque vai abrir uma janela de oportunidades no mundo para o Brasil. Se o Brasil não tiver um entendimento entre governo, empresariado e Congresso Nacional para adotar uma série de medidas que nós precisamos adotar, vamos nos arrastar, e conforme a crise internacional, nós podemos perder oportunidades”, disse.

Assim como alguns entrevistados que já passaram pelo “É Notícia”, o ex-ministro apoia a reeleição de Lula: “Lula hoje é quem tem condições de liderar (…) Não vejo outra liderança hoje para ser candidato”. 

Dirceu ainda considerou que é necessário fazer uma revolução social e que, para isso, é preciso ter uma frente política a longo prazo, com projeto que dure uma média de 13 anos. “Não tô pensando em um governo do PT, estou pensando em um governo como foi o segundo turno, com uma frente que pensa no país e tem um projeto para o país. São políticas de longo prazo que o país precisa”, pontuou.

A ditadura foi um tema debatido pelo ex-ministro ao comentar sobre o livro que lançará. Dirceu nomeou sua geração como “vencedora”. “A minha geração é de vencedores, pois derrotamos a ditadura”.

O ex-presidente do PT ainda relembrou que voltou do exílio por amor ao país. 

Ao falar de sua trajetória de vida, ele afirmou que está realizado e citou que sua relação com o presidente Lula foi um dos incentivos para manter seus ideais. “Eu me sinto realizado. O Lula está no governo de novo. Eu resisti na prisão muito pelo Lula. Não que eu não tenha tido medo e pânico, mas eu preferia morrer do que trair meus ideais”.

Condenações 

Durante a entrevista, o político relembrou as condenações que sofreu e expôs sua opinião sobre a Lava Jato. “A corrupção é um problema grave. O problema da Lava Jato é que ela se transformou em um processo de exceção sumaria e político. O processo do Lula é um exemplo que o objetivo era inviabilizar a candidatura do Lula e aniquilar o PT”, destacou. 

Dirceu falou sobre a condenação que sofreu em 2013 no julgamento do Mensalão por corrupção ativa. Para o ex-dirigente do PT, o caso foi um ensaio para a Lava Jato. “Eu fui condenado por corrupção sem provas. A Lava Jato virou um instrumento de consequências trágicas e politicas (…) Nesses últimos 17 anos, eu vivi sob o Mensalão. Eles fizeram processo só para me prender. Eles criaram uma sistemática para condenar que você não progredia, não prescrevia e não podia ser indultado.”

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