06/06/2024 21:02:00 - Atualizado em 06/06/2024 21:03:00

"Nunca os eventos extremos estiveram tão frequentes", alerta Carlos Nobre

Redação RedeTV!

O pesquisador sênior do IEA-USP falou do risco do aumento recorde da temperatura global 

(Foto: Divulgação/ RedeTV!)

O pesquisador sênior do IEA-USP e copresidente do Painel Científico para a Amazônia, Carlos Nobre, afirmou que os recordes frequentes de temperaturas no mundo nos últimos anos é uma surpresa para ciência. 

O "Guardião Planetário" revelou em entrevista ao 'É Notícia’, desta quinta-feira (6), que os problemas causados pelas emergências climáticas eram previstos apenas para as próximas décadas. “A ciência ainda não conseguiu explicar porque em 2023 a temperatura está 0,1 grau mais quente do que estimávamos. (…) Nunca os eventos extremos estiveram tão frequentes e batendo recordes em todo o mundo!”, pontuou Carlos.

Para o cientista, o aumento da temperatura global é um risco real. “O mais preocupante são as ondas de calor. Ondas de calor levam a morte de centenas de pessoas! Estão muito mais frequentes e afetam principalmente idosos”. 

Carlos Nobre ainda alerta que caso o planeta sofra um aumento de 2 graus da temperatura até 2100, o nível do mar pode subir um metro, causando o deslocamento de cerca de 600 milhões de pessoas das zonas costeiras

O desastre que atingiu o Rio Grande do Sul alerta as autoridades sobre a emergência do clima, mas segundo o cientista nenhum país está preparado e o maior desafio é retirar a população das áreas de risco. “Estimo que mais de 4 milhões de brasileiros estarão em área de altíssimo risco. Essas pessoas vão precisar ser retiradas!”, revela Carlos ao falar do novo mapeamento realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). 

“Não adianta falar: 'reconstrói tudo que foi destruído'. Não! Tem que encontrar novos lugares para essas pessoas!”, destacou. 

A polêmica PEC das Praias foi o principal tema da semana e ganhou repercussão ao envolver celebridades, já que pretende mudar as regras do controle da costa brasileira, que atualmente pertencem à União. Carlos Nobre é enfático ao concordar com a PEC, no entanto, destaca que ela precisa existir, mas com a intenção de aumentar as partes públicas. “PEC tem que ser o contrário. Precisa considerar que o nível do mar pode subir 50 cm ou até mais. Essas áreas, daqui a pouco, viram tudo mar! É preciso rever as áreas privadas! Uma PEC para tirar as populações dali.”

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