Guerra causou perda de quase 5 milhões de empregos na Ucrânia
Redação RedeTV!Dado foi divulgado nesta quarta-feira (11) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT)
(Foto: AP)
A guerra na Ucrânia já causou a perda de aproximadamente 4,8 milhões de empregos desde de fevereiro. O conflito fez com que empresas fechassem, acabou com as exportações e levou milhões de pessoas a fugir do país. O número é da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Segundo a OIT, esse número pode subir rapidamente para 7 milhões caso a invasão russa se estenda. Em um cenário em que a paz reinasse imediatamente, ao menos 3,4 milhões de vagas poderiam retornar.
Não é só a Ucrânia que tem sofrido com o conflito, já que o desemprego também tende a assolar os países vizinhos. Isso acontece porque milhões de refugiados estão chegando, e isso pode atingir as economias de países da Ásia Central, que tem diversos trabalhadores imigrantes na Rússia que podem perder o emprego e, consequentemente, voltarão para suas casas.
"As perturbações econômicas, combinadas com o deslocamento interno pesado e os fluxos de refugiados, estão causando perdas em larga escala em termos de emprego e renda", afirma o levantamento. A agressão russa na Ucrânia resultou em crise humanitária devastadora, desencadeando o mais rápido movimento populacional forçado desde a Segunda Guerra Mundial”, diz o levantamento.
Países como a Polônia e a Romênia receberam grande parte dos refugiados. A OIT estima que pelo menos 1,2 milhão deles trabalhavam.
A pressão sustentada nos mercados de trabalho por conta de um conflito prolongado poderá afetar esses países, aumentando o desemprego por lá. "Como um exercício hipotético, adicionar esses refugiados ao número de desempregados aumentaria a taxa de desemprego na Polônia de 3% para 5,3%".
Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia
A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.
Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.
Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.
Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.
A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de 24 de fevereiro.
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