09/10/2024 20:26:00

Dia Mundial da Saúde Mental: quais os sinais da depressão e como adotar práticas diárias?

Caio Fonseca/Redação RedeTV!

Mais de 970 milhões de pessoas no mundo sofrem de algum transtorno mental 

(Foto: Freepik)

A saúde mental se tornou um dos principais desafios enfrentados pela humanidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 970 milhões de pessoas no mundo sofrem de algum transtorno mental, sendo a depressão e a ansiedade os mais comuns.

O Brasil lidera esses índices na América Latina, com mais de 11 milhões de brasileiros convivendo com a depressão, conforme informa a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Nesta quinta-feira, 10 de outubro, é celebrado o Dia Mundial da Saúde Mental, que tem como objetivo educar, conscientizar e defender a saúde mental global contra o estigma social.

“A conscientização gerada por essa data pode impactar positivamente, incentivando as pessoas a cuidarem de sua saúde mental de forma preventiva, educando sobre os sinais de alerta e criando uma rede de apoio mais acolhedora. Além disso, o Dia Mundial da Saúde Mental ajuda a pressionar políticas públicas que priorizem tratamentos acessíveis e apoio psicológico para todos. O impacto vai além da discussão, criando um espaço para que o tema seja levado a sério por todas as esferas da sociedade, desde o ambiente de trabalho até as famílias e escolas”, diz a psicóloga Larissa Camargo ao ‘Portal da RedeTV’.

A especialista também pontua que o assunto ainda é um tabu em muitas sociedades e que partilhar histórias pode ser uma virada de chave para que as pessoas quebrem "alguns estigmas, abram diálogos sobre condições como depressão, ansiedade e outras questões emocionais, além de promover também a busca por ajuda profissional".

Esse é o caso da mineira Carolina, de 33 anos, que enfrentou a depressão por anos. "Foram 10 longos anos lutando com a depressão. A dor psicológica que eu sentia era pior que qualquer dor física. A maior parte do meu tempo era preenchida com pensamentos suicidas. O que me mantinha viva era saber que eu tinha uma filha, que hoje está com 11 anos”, relatou ela em entrevista exclusiva.

Esses sinais fazem parte de um conjunto de sintomas associados à doença, como pontua a psicóloga Larissa Camargo: "É importante prestar atenção também em sinais físicos, como dores de cabeça e dores no corpo sem uma causa médica clara, que podem estar relacionadas ao estresse ou à ansiedade. Nos casos mais graves, há pensamentos de autodestruição e sentimentos de inutilidade. É importante lembrar que esses sinais podem variar de pessoa para pessoa, mas o mais relevante é observar as mudanças no comportamento e no humor que prejudicam o bem-estar e o funcionamento diário. Quando essas mudanças começam a afetar a rotina da pessoa, é essencial procurar ajuda profissional.”

A especialista também ressalta que todo esse cenário faz parte de um "estigma" que interfere na "procura por ajuda", assim como aconteceu com Carolina. "Eu já tinha desistido de procurar ajuda médica e de tomar medicamentos, pois durante esses 10 anos, não sentia nenhuma melhora. Um dia, meu marido chegou em casa dizendo que tinha marcado uma consulta médica em uma clínica de Belo Horizonte. Fiquei resistente, mas fui até a clínica e, após a consulta, comecei a tratar a minha depressão com infusão de cetamina, administrada pelo especialista", explicou a mineira.

“O estigma em torno da saúde mental é um dos maiores obstáculos para que as pessoas procurem ajuda. Muitas vezes, existe a ideia de que ter um problema psicológico é um sinal de fraqueza ou que essas condições são menos legítimas do que problemas físicos, criando uma barreira de silêncio e negação”, analisa a psicóloga. “Além disso, as expectativas culturais e sociais de que todos devem lidar com suas questões pessoais sozinhos podem reforçar a crença de que buscar ajuda é algo vergonhoso. Como resultado, muitas pessoas enfrentam em silêncio transtornos como depressão e ansiedade, que poderiam ser tratados mais facilmente com intervenções precoces.”, completa.

Dicas e práticas para o dia a dia!

(Foto: Divulgação/ MPS)

Ainda de acordo com a psicóloga Larissa Camargo, manter a saúde mental no dia a dia envolve práticas de autocuidado, como um sono saudável e uma alimentação balanceada, além de momentos de relaxamento e equilíbrio corporal. "Estabelecer uma rede de apoio, seja de amigos, familiares ou colegas de trabalho, proporciona uma sensação de pertencimento e segurança emocional. Falar com pessoas de confiança e compartilhar preocupações pode aliviar", acrescenta.

“Algumas dicas são: estabelecer uma rotina de sono regular, com horários fixos para dormir e acordar, criando um ambiente tranquilo para o descanso; praticar atividades físicas regularmente, pois isso ajuda a reduzir o estresse, aumenta o bem-estar emocional e melhora o humor, mesmo que sejam caminhadas curtas ao ar livre; reservar tempo para o autocuidado, separando momentos do dia para relaxar, fazer algo de que gosta, como ler, ouvir música ou meditar. Esses pequenos intervalos ajudam a equilibrar o emocional”, explica a especialista.

Camargo também ressalta a necessidade de estabelecer ‘limites saudáveis’: “Sabendo dizer 'não' quando necessário e respeitando seus limites físicos e emocionais, é essencial para evitar o esgotamento. Conectar-se com outras pessoas também é importante; manter relacionamentos positivos é um grande suporte para a saúde mental”.

Já nos momentos de estresse, a profissional aconselha praticar a respiração consciente, porque isso ajuda a acalmar a mente. “Evitar o uso excessivo das redes sociais, estabelecendo limites, pode reduzir a comparação social e seu impacto negativo na autoestima. Essas práticas podem ser adaptadas à realidade de cada pessoa, e o mais importante é criar uma rotina que promova o bem-estar emocional e permita um equilíbrio saudável nas demandas do dia a dia”, finaliza.

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