Vagner Freitas afirma que reforma trabalhista foi injusta com o Brasil
Redação RedeTV!“Empreendedor é diferente de trabalhador precarizado”, afirma o presidente do Conselho Nacional do Sesi sobre aumento da Pejotização
(Foto: RedeTV!)
O presidente do Sesi defendeu a revisão da Reforma Trabalhista aprovada em 2017, durante o governo de Michel Temer. Em entrevista ao "É Notícia" desta quinta-feira (20), Vagner Freitas disse que a medida foi injusta com o país e foi responsável por uma precarização do mercado de trabalho.
“Você chama de empreendedor um menino que distribui pizza de bicicleta? Empreendedorismo é fazer com que você deixe de ser trabalhador, tenha um negócio seu, que empregue outras pessoas. Você não vai ter uma sociedade inteira de empreendedores. Tem que ter trabalhadores também, qualificados”, disse. Para o presidente do Sesi, a pejotização foi anti-econômica e ineficaz. “Empreendedor é diferente de trabalhador precarizado!”
Freitas, que foi presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT) por dois mandatos, citou ainda a injustiça do sistema tributário e criticou a cobrança de impostos no Brasil. “Alíquota maior para mais ricos! Você não pode fazer com que um trabalhador que ganha até quatro mil reais pague o mesmo que um empresário que ganha 200 mil.”
Ao longo da entrevista conduzida pelo jornalista Kennedy Alencar, Vagner ressaltou a preocupação com relação aos juros na economia brasileira. Segundo ele, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deveria contar com representantes de diversos setores, para ampliar a visão do BC em relação à economia do país. “Os juros estão insuportáveis! Impedem que tenha mais investimento. Por que investir na construção se o dinheiro na conta vai ter mais rentabilidade? Isso ajuda o Brasil pra quê? Atende o interesse de quem? (…) Está ficando irresponsável! Isso acontece porque o Copom não tem representante da sociedade civil, apenas responsáveis financeiros (…) Errar é humano, persistir no erro, não deve.”
A operação Lava Jato, que tinha como objetivo inicial combater a corrupção, foi criticada pelo presidente do Sesi, acabou prejudicando economicamente várias empresas. Vagner ainda comentou que durante os quatro anos de mandato de Jair Bolsonaro, o setor industrial parou.
“Ela [Lava Jato] nunca, na realidade, foi contra corrupção! Na minha avaliação, teve atuação política. Além de ter arrebentado o processo legal no Brasil, fazer justiça sem levar em consideração a lei. Mas o pior da Lava Jato foi arrebentar as empresas (…) Quebrou setores inteiros da produção! Atentado contra a indústria e não teve nenhum tipo de solução pra acabar com a corrupção. Pelo contrário, inclusive, depois tivemos a chance de criar monstros. Bolsonaro não surgiu por acaso.”
A entrevista completa você acompanha no "É Notícia", desta quinta-feira (20), às 23h45. Com apresentação de Kennedy Alencar, o programa tem reprise aos domingos, às 22h15.
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