Haddad vê espaço acima de 0,25 ponto percentual para BC reduzir juros em agosto
Redação RedeTV!Para ministro, alíquota de novo imposto de consumo deve ser menor do que 25%
(Foto: Divulgação/ RedeTV!)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, nesta quinta-feira (13), que há espaço para uma redução da taxa Selic acima de 0,25 ponto percentual. Haddad é o entrevistado de hoje do “É Notícia”. O programa vai ao ar às 23h45.
Atualmente, a taxa básica de juros da economia, a Selic, está em 13,75% ao ano. Segundo o ministro, há expectativa de queda na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de agosto. “Penso que tem espaço para cortar.”
O ministro acredita que a expectativa de todo o setor econômico é de corte nos juros. “Esperamos sensibilidade técnica aos números por parte da autoridade monetária para voltarmos a ter um ciclo normal de crescimento (…) 100% dos analistas esperam corte. O que está se discutindo agora é quanto.”
Na entrevista, Haddad afirmou que deve conversar com o presidente Lula sobre eventual programa de baixa de impostos para os produtos da chamada linha (geladeiras, fogões, etc.). Ele disse que ficou sabendo da ideia pela imprensa. “Vou ter despacho com o presidente amanhã. Deve ser tema!”, disse.
As declarações de Lula sobre o novo programa ocorreram cerca de dois meses após a redução dos impostos de carros.
Com uma vitória histórica por ter aprovado a reforma tributária na Câmara, Haddad disse que a alíquota de novo imposto de consumo deve ser menor que 25%. “No tempo, penso que ela vai atingir equilíbrio, com neutralidade da reforma, num patamar de 25% para baixo.” Ele também defendeu que benesses setoriais dadas na Câmara sejam retiradas no Senado.
Plano Verde na economia
Na entrevista, o ministro disse que apresentou ao presidente Lula, na última sexta-feira (7), o Plano de Transição Ecológica. “Para implementar esse plano, nós vamos precisar dos quatro anos de mandato, começando neste ano por aquelas medidas estruturais (…) A gente quer em 2026 concluir esse plano”.
Com mais de 100 ações, o plano verde para a economia possui uma transição energética que foca nas potencialidades do país, consideradas únicas por Haddad. “Vantagens competitivas no Brasil são praticamente únicas. Não apenas pela questão ambiental, mas também por questões que às vezes não são consideradas por analistas. A questão geopolítica, por exemplo”, afirmou.
Relação com governador de São Paulo
Rivais durante a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes no ano passado, a aproximação entre Haddad e Tarcísio de Freitas ao longo da negociação da reforma tributária gerou críticas ao atual governador paulista por parte da extrema direita.
Ao avaliar a postura de Tarcísio, o ministro destacou que, mesmo em lados opostos, politicamente, o diálogo entre eles é necessário. “Ele é bolsonarista! Penso que a formação dele é mais sintonizada com a do Bolsonaro, embora ele se apresente de uma forma mais leve. 'Mindset', a mentalidade dele, penso que é forjada no seio desse movimento chamado bolsonarismo no Brasil. Mas não me impede, na condição de ministro da Fazenda, de dialogar com o governador de São Paulo, porque eu preciso resolver problemas.”
Responsabilidade criminal de Jair Bolsonaro
Indagado sobre eventual responsabilização penal de Bolsonaro pelos atos golpistas de 8 de janeiro, Haddad respondeu: “Não sou a favor de a Justiça fechar os olhos para o que o Bolsonaro fez na pandemia, para o que ele fez na Receita Federal, só porque tem quem gosta dele”.
“Lamento, mas o indivíduo não tem o direito de cometer crimes porque é popular!”
O ministro disse a democracia mundial não está no melhor momento e afirmou que o Brasil sofreu uma tentativa de golpe.
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