Calor extremo poderá matar 5 vezes mais até 2050, diz relatório divulgado pela OMS
Redação RedeTV!“A humanidade está diante de um futuro intolerável”, diz secretário-geral da ONU
(Foto: Agência Brasil)
É possível que quase cinco vezes mais pessoas morram devido ao calor extremo nas próximas décadas, afirmou um grupo de especialistas internacionais em um relatório publicado na última quarta-feira (15). Eles ainda acrescentaram que, caso nada seja feito em relação à mudança climática, a “saúde da humanidade corre grave risco”.
Essa pesquisa é um resultado de uma colaboração internacional de 1145 cientistas de 52 centros de pesquisas e agências da ONU de todo o mundo. Eles monitoram os impactos das mudanças climáticas na saúde e o relatório é publicado anualmente pela revista científica ‘The Lancert’, a mais importante sobre medicina.
Segundo os especialistas, no cenário previsto de aumento de temperatura global de 2ºC até o final do século (que estaria em curso para atingir 2,7ºC até 2100), espera-se que as mortes anuais relacionadas ao calor aumentem em 370% até 2050. Isso representa um aumento de 4,7 vezes, de acordo com a edição de 2023 do documento.
A pesquisa aponta que secas mais comuns colocarão milhões de pessoas em risco de morrer de fome, os mosquitos que se espalham mais longe do que o normal levarão doenças infecciosas e os sistemas de saúde terão dificuldades para lidar com o aumento sem precedentes de pacientes.
Essa avaliação preocupante aconteceu durante o momento em que se espera que 2023 seja o ano mais quente da história da humanidade. Na semana passada, inclusive, o monitor climático europeu declarou que outubro foi o mais quente de que se tem registrado até agora.
Ainda de acordo com o estudo, no ano passado, pessoas ao redor do mundo foram expostas a uma média de 86 dias de temperaturas potencialmente fatais. Aproximadamente 60% desses dias foram duas vezes mais prováveis de ocorrer por causa das mudanças climáticas. A estimativa de pessoas com mais de 65 anos que morreram devido ao calor aumentou 85% entre 1991-2000 e 2013-2022.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, respondeu ao relatório dizendo que “a humanidade está diante de um futuro intolerável”.
"Já estamos vendo uma catástrofe humana se desenrolando, com a saúde e os meios de subsistência de milhares de milhões de pessoas em todo o mundo ameaçados por um calor recorde, secas que provocam perdas de colheitas, níveis crescentes de fome, surtos crescentes de doenças infecciosas e tempestades e inundações mortais”, disse ele, em um comunicado.
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