Ministério Público solicita Interpol contra milicianos foragidos no Rio
Redação/RedeTV! com Agência BrasilO Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) solicou à Polícia Federal que seja enviado um alerta à Interpol para incluir sete milicianos foragidos da Operação "Os Intocáveis" em sua lista de procurados.
Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), acusado de chefiar a milícia de Rio das Pedras, zona oeste do Rio do Janeiro, é um dos principais nomes da fação criminosa.
Além dele, também são procurados Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba; Fabiano Cordeiro Ferreira, o Mágico, Marcus Vinícius Reis dos Santos, o Fininho; Geraldo Alves Mascarenhas; Júlio Cesar Veloso Serra; e Daniel Alves de Souza. Todos foram denunciados pelo Ministério Público por organização criminosa armada, homicídio, grilagem de terras e agiotagem
Nesta semana, cinco dos principais líderes de uma organização criminosa foram apreendidos durante a Operação Os Intocáveis, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço operacional do Ministério Público no estado (MPRJ). Dois dos detidos são oficiais da Polícia Militar (PM).
No grupo, estavam o major Ronald Paulo Alves Pereira, o major Ronald, o tenente reformado Maurício Silva da Costa, o Maurição, além dos civis Laerte Silva de Lima, apontado como o braço armado da organização, Manoel de Brito Batista, o Cabelo, e Benedito Aurélio Ferreira Carvalho, o Aurélio.
Marielle Franco
A promotora de Justiça Simone Síbilio, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), afirmou que, apesar de dois dos detidos terem sido ouvidos como testemunhas em outro crime, não é possível no momento vincular os integrantes de milícias presos hoje ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Pedro Gomes, em março do ano passado.
“A operação de hoje objetivou o desmantelamento de uma organização criminosa que atua nas comunidades de Rio das Pedras, Muzema e adjacências, inclusive a Tijuquinha. Nós não podemos afirmar neste momento que elas têm relação com o caso Marielle, mas também não descartamos a hipótese”.
De acordo com a promotora, qualquer associação entre os suspeitos e a morte da vereadora e do motorista só poderá ocorrer com o avanço das investigações. “A investigação do caso Marielle não é o objeto desta investigação. Ela é separada e autônoma e não visou prender pessoas relacionadas aos crimes da Marielle e do Anderson. Se depois, no futuro, chegarmos a conclusão de que elas têm envolvimento, aí sim será apurado, mas nos autos da investigação do caso.”