10/01/2020 08:33:00 - Atualizado em 10/01/2020 12:05:00

MG: Cerveja adulterada causou 'doença misteriosa' e morte de homem

Redação/RedeTV!

Em amostras de dois lotes da marca Belorizontina, da Backer, foi detectada presença de dietilenoglicol, substância usada para refrigeração


Duas amostras da cerveja Belorizontina, produzida pela empresa Backer, foram contaminadas com a substância dietilenoglicol - (Foto: Divulgação/Agência Brasil)

Laudo de perícia criminal realizado pela Polícia Civil de Minas Gerais aponta que duas amostras da cerveja Belorizontina, produzida pela empresa Backer, foram contaminadas com a substância dietilenoglicol. Até o momento, a "doença misteriosa" causada pelo composto orgânicio matou uma pessoa e causou a internação de outras sete em Belo Horizonte.

A Vigilância Sanitaria recolheu quatro garrafas da cerveja na casa de pacientes que sentiram os sintomas da "doença misteriosa" - que inclui desconforto gastrointestinal (dor abdominal, náusea e vômito), insuficiência renal aguda de evolução rápida e alterações neurológicas como paralisia facial, vista borrada, cegueira total ou parcial. As amostras foram enviadas para análise no Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais.

Em documento enviado para a secretaria de Saúde de Belo Horizonte e do estado de Minais Gerais, um perito da Polícia relatou que nas "amostras de cerveja encaminhadas pela vigilância sanitária do município de Belo Horizonte (cerveja pilsen marca Belorizontina, lotes L1 1348 e L2 1348) foi identificada a presença da substância dietilenoglicol em exames preliminares. Ressalto que estas garrafas foram recebidas lacradas e acondicionadas em envelopes de segurança da vigilância sanitária municipal”. A informação foi confirmada pela Becker nesta quarta-feira (8).

O dietilenoglicol é usado no processo de refrigeração da cerveja e funciona como 'anticongelante'. Em nota, a produtora da bebida alcóolica informou que é necessário ressaltar que "a substância não faz parte do processo de produção da cerveja Belorizontina".

"Por precaução, os lotes em questão - L1 1348 e L2 1348 - citados pela Polícia Cilvil, e recolhidos na residência dos consumidores citados, serão retirados imediatamente de circulação, caso ainda haja algum remanescente no mercado", garantiu a Backer, que ainda afirmou "estar à disposição das autoridades para contibuir com a investigação e tem total interesse que as causas sejam apuradas, até a conclusão dos laudos e investigação", diz a produtora da Belorizontina.

A polícia orienta que os consumidores não consumam a cerveja dos lotes L1 1348 e L2 1348, devido ao grande risco de contaminação.


Policia Civil esteve na sede da cervejaria na tarde desta quinta (9) - (Foto: Uarlen Valerio/O Tempo)

Inspeção na fábrica

Nesta quinta-feira (9), a Polícia Civil fez uma inspeção na fábrica da cervejaria Backer, no bairro Olhos D’Água, oeste de Belo Horizonte. No local, os agentes recolheram outras garrafas que ainda serão analisadas com as fornecidas por famílias de pacientes.

De acordo com a assessoria de imprensa da Backer ao jornal O Tempo, foram encontrados a substância dietilenoglicol em 66 mil garrafas da cerveja Belorizontina -  33 mil produtos em cada um dos lotes: L1 1348 e L2 1348. Ainda segundo a produtora, um mapeamento está sendo feito para localizar os estabelecimentos e bairros onde estes lotes foram comercializados.

Morte de 1 homem e mais 7 internados


Paschoal Dermatini Filho, de 55 anos, morreu com "doença misteriosa" - (Foto: Reprodução)

A "doença misteriosa" causada pela contaminação das cervejas matou uma pessoa e causou a internação de ao menos outras sete.  As vítimas - todos homens - têm entre 23 e 76 anos de idade e registraram os mesmos sintomas. Os casos começaram a aparecem no fim de dezembro de 2019.

A única vítima fatal, até então, é de Paschoal Dermatini Filho, de 55 anos. A vítima estava internada desde 31 de dezembro no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, mas não resistiu e morreu na última terça (8), em decorrência de uma parada cardiorrespiratória. 

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