01/12/2015 17:23:00

Discurso de prevenção é atrasado, diz entidade que trablha com Aids há 28 anos

Agência Brasil

O discurso da prevenção do HIV nos dias atuais remonta a ideias do século passado e não interage com os mais afetados pela epidemia: os excluídos. A afirmação está na publicação lançada hoje (1),  Dia Mundial de Luta Contra a Aids, pela Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA), que há 28 anos trabalha com o tema. O artigo Perspectiva política - Pedagogia da Prevenção: reiventando a prevenção do HIV no século XXI está disponível para download em português e, na versão em inglês.

Falta, segundo o texto, respeito pela autonomia dos indivíduos e coletividades, bem como valorização de outras vozes e conhecimentos empíricos. Para o diretor-presidente da ABIA, Richard Parker, são necessárias mudanças sociais, técnicas e tecnológicas para erradicar a Aids.

“Numa época em que se amplia o número de opções preventivas, desenvolver uma resposta que promova o empoderamento das pessoas em risco de infecção pelo vírus do HIV é um dos grandes desafios para a prevenção no século XXI. Para que as pessoas façam escolhas conscientes, é preciso ter garantido o acesso à informação sobre saúde, a fim de tomar decisões baseadas no que é melhor para cada realidade” destacou Parker.

O foco apenas na camisinha é um exemplo do atraso na forma como governos e instituições investem na prevenção. O estudo ressalta que existem novos métodos além do preservativo, que não deve ser descartado, mas combinado com abordagens mais recentes como as profilaxias pré-exposição e pós exposição, circuncisão masculina, métodos preventivos comportamentais, estruturais ou contextuais.

Oferecer acesso a todas as opções preventivas e à informação sobre cada uma delas é, segundo o artigo, tão importante quanto o acesso ao tratamento. Como parte dos eventos de luta de enfrentamento ao HIV, amanhã (2) haverá apresentação comemorativa, no Centro Cultural Banco do Brasil, dos 20 anos do documentário Cabaret Prevenção, do diretor Vagner de Almeida, sobre as oficinas e o livro feito com participantes das Oficinas de Teatro Expressionista, Sexualidade e AIDS para Homens que fazem Sexo com Homens (HSH) iniciadas na ABIA em 1993. haverá debate com o diretor e dois personagens que participaram do filme na época.

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