Crianças são vacinadas com imunizantes vencidos de adultos em Lucena (PB)
Redação RedeTV! e Agência BrasilO caso está sendo investigado pelo Ministério da Saúde
(Foto: Governo do estado de São Paulo)
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou nesta segunda-feira (17) que está acompanhando os casos de crianças que foram vacinadas contra a Covid-19 como doses que são destinadas a adultos.
Os casos aconteceram no município de Lucena, na Paraíba. De acordo com o secretário de saúde do estado da Paraíba, Geraldo Medeiros, são cerca de 60 crianças e o órgão está realizando o monitoramento por meio de contato com os pais ou responsáveis legais, já que as vacinas também estavam vencidas.
A farmacêutica Pfizer desenvolveu uma vacina específica para esta faixa etária e já estão disponíveis no Brasil para aplicação. Além da dosagem diferente, a embalagem dos imunizantes também são distintos: laranja para crianças e roxo para adultos.
O ministro Queiroga reforçou nas redes sociais que os profissionais de saúde devem seguir à risca as orientações do Ministério da Saúde “para que casos como este não se repitam”.
Até o momento, não há informações sobre reações adversas dessas crianças que receberam a dosagem para adultos.
Orientações
Segundo o ministro da Saúde, cabe aos gestores locais do Sistema Único de Saúde (SUS) o armazenamento correto, além do acompanhamento da validade dos frascos e aplicação das doses, seguindo as orientações do ministério.
“É por isso que a vacinação de crianças de 5 a 11 anos foi autorizada, mas autorizada dentro de recomendações da Agência de Vigilância Sanitária, a Anvisa, em relação a sua aplicação. O frasco da vacina é diferente, justamente para evitar uma aplicação indevida, as salas de vacinação são salas que devem ser exclusivas, os aplicadores da vacina têm que ser exclusivos, as crianças têm que ficar em observação depois de vacinadas”, afirmou.
“Temos que ter uma atenção especial para que se cumpra as normas, seja em relação à aplicação, seja em relação a fármaco-vigilância”, acrescentou o ministro.
Após o episódio, a prefeitura de Lucena disse lamentar o ocorrido e informou que afastou uma profissional de saúde do município que aplicou o imunizante para adultos em crianças. Ainda conforme a prefeitura, as crianças estão sob acompanhamento do município e não apresentaram reações adversas graves.
“Esclarecemos que a decisão foi tomada individualmente pela pessoa que fez a aplicação, sendo uma falha pontual e que não partiu de determinação da administração municipal, de forma que assim que tomamos conhecimento, afastamos a responsável”, disse a prefeitura em nota divulgada no sábado (15). “Até o momento, felizmente, as crianças que recebem as vacinas não apresentam quadro adverso na saúde”, diz outro trecho da nota.
Terceira onda
O ministro Marcelo Queiroga disse ainda que os estados devem dobrar a atenção para evitar a aplicação de imunizantes vencidos e que a prioridade deve ser a aplicação da segunda dose ou dose de reforço. Para o ministro, com a variante Ômicron o país está diante de uma possível terceira onda da pandemia do novo coronavírus (covid-19).
“Há mais de 70 milhões de doses que estão com os estados e essas doses têm que ser aplicadas no público- alvo. A prioridade é a aplicação da segunda dose e da dose de reforço. Estamos diante de uma possível terceira onda em função da variante Ômicron aumentando o número de casos”, disse.
“Os dados iniciais apontam que, em países que têm um nível de vacinação equiparado ao Brasil, não têm gerado tanto impacto sobre o sistema hospitalar e sobre as unidades de terapia intensiva, mas o vírus é um inimigo imprevisível e nós não temos que baixar a guarda”, finalizou o ministro da Saúde.
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