Conheça Marcus D'Almeida, principal nome do Tiro com Arco do Brasil para as Olimpíadas de Tóquio
Gustavo Garcez/Redação RedeTV!Arqueiro coleciona medalhas, foi considerado o "Neymar da modalidade" e participou dos Jogos Olímpicos de 2016 aos 18 anos
(Foto: Divulgação/COB)
Marcus Vinicius D’Almeida, de 23 anos, é o principal nome do Brasil no Tiro com Arco para as Olimpíadas de Tóquio que começam em menos de duas semana, no dia 23 de julho. Apesar da pouca idade, o arqueiro coleciona medalhas: prata nos Jogos Olímpicos da Juventude Nanquim 2014, bronze no Pan-americano de Toronto em 2015 e prata no Pan de Lima 2019 que garantiu a vaga para o Japão, além da participação nas Olimpíadas em 2016, no Rio de Janeiro, aos 18 anos.
Em entrevista exclusiva à Redação RedeTV!, o atleta explicou que iniciou no esporte em 2010 através de um projeto realizado pela Confederação Brasileira de Tiro com Arco na escola em que estudava em Maricá, cidade em que mora, no Rio de Janeiro “Minha mãe participou da reunião de pais sobre o assunto e decidiu me levar. Como eu sempre gostei de praticar esportes decidi experimentar”, disse D’Almeida.
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Ainda que a intimidade com o arco e a flecha seja rotineira atualmente, o arqueiro conta que as coisas nem sempre foram assim. De acordo com ele, o esporte não foi uma “paixão à primeira vista” e confessa ter consciência de que é necessário um tempo para se adaptar. “É um esporte muito solitário, em que é preciso conhecer bem a sua mente e ter autocontrole. Isso é difícil, mas conforme os dias vão passando você se conhece mais e acredito que esse seja um processo de evolução gratificante”, explica.
Para manter o alto nível, D’Almeida treina por seis horas em campo, ou seja, praticando os tiros, além de fazer academia, meditação, coaching e fisioterapia, o que, segundo ele, resultam em oito a nove horas de trabalho por dia.
O Tiro com Arco não é tão popular no Brasil e isso reflete na quantidade de atletas classificados para as Olimpíadas de Tóquio. Segundo o Comitê Olímpico do Brasil (COB), na modalidade, apenas Marcus D’Almeida participará da competição no masculino e Ane Marcelle dos Santos no feminino. O arqueiro acredita que o país precisa de mais incentivo para que novos talentos apareçam:
“Mais centros de treinamento e projetos para iniciação com o Tiro com Arco mudariam o cenário. Quanto mais pessoas praticando, mais talentos aparecem e, a partir daí, é moldá-los para serem grandes atletas”.
D’Almeida fará a estreia em Tóquio já no dia 23 de julho e está com a melhor expectativa possível. Ele informou que os resultados estão correspondendo e que “podem vir coisas boas”.
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‘Oportunidade única’
O atleta participou das Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016 com apenas 18 anos, mas de acordo com ele, faltou maturidade para alcançar resultados melhores. Na época, D’Almeida chegou a ser comparado com o jogador da seleção brasileira de futebol Neymar por conta dos bons resultados ainda jovem.
“Foi uma oportunidade única participar de um evento como esse ‘em casa’. Eu era muito novo, faltou tempo de treino e, principalmente, estar maduro”, explicou.
Na ocasião, o atleta ficou em 33º na versão individual da modalidade.
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Tiro com Arco
Segundo o COB, a modalidade estreou nos Jogos Olímpicos de Paris em 1900, ficou fora dos Jogos de 1904, e retornou às competições olímpicas em 1920. Após este período, o esporte não esteve presente até 1972. Desde então, o Tiro com Arco ganhou competições em todas as edições.
O objetivo do jogo é acertar o centro do alvo que fica a 70 metros de distância para obter pontos. Quanto mais próximo do alvo central, mais pontos o atirador ganha. No final de uma partida, ganha o arqueiro ou dupla que conquistar mais pontos.