Sexualidade na gravidez: Isis Valverde e Sabrina Sato acendem discussão sobre o tema
Publicada:01/09/2018 11:25:00
Stefanie Rigamonti/RedeTV!
(Foto: Reprodução/Instagram)
A apresentadora Sabrina Sato e o ator Duda Nagle têm falado abertamente sobre o estranhamento do casal com relação ao sexo durante a gravidez. Em entrevista recente ao canal de Thais Fersoza no YouTube, Sabrina disse que, embora tenha vontade de transar, na hora H, a barriga atrapalha e acaba sendo desconfortável. Além disso, ela e o marido se sentem mal pelo bebê.
Enquanto isso, a atriz Isis Valverde, gestante de sete meses, tem cada vez mais provado com suas postagens no Instagram que gravidez e sensualidade podem conviver juntos, embora alguns internautas tenham criticado a atitude da atriz em suas redes sociais. Esses últimos eventos têm acendido a discussão sobre sexo e expressão da sensualidade durante a gestação, hábito bastante saudável para a mãe e o casal, segundo a ginecologista Patricia Romeiro Bretz.
Sexo na gravidez não compromete a saúde do bebê
De acordo com a médica, para as mães, a prática faz muito bem já que é capaz de liberar hormônios do bem-estar, além de melhorar sua autoestima. Para a saúde do casal também é positiva porque aproxima os parceiros. A especialista explica que, definitivamente, o sexo em nada prejudica o feto: "O bebê está protegido pelo colo uterino, que tem, em média, três centímetros de extensão, um tampão mucoso e a bolsa amniótica. Ou seja, o contato do bebê com a genitália do pai é impossível durante o ato sexual".
A ginecologista informa que, dependendo da posição sexual, o pênis pode penetrar mais profundamente a mulher e com isso provocar pequenos sangramentos, mas isso não deve ser objeto de preocupação: "Como ocorre amolecimento no colo do útero por ação dos hormônios da gravidez, pequenos sangramentos após o ato sexual são normais e não merecem preocupação".
A prática só deve ser evitada em três casos muito específicos: quando há sangramento sem ser o normal, causado pelo sexo; bolsa rota, ou seja, a membrana amniótica é rompida antes que a mãe entre em trabalho de parto; ou caso haja ameaça de prematuridade. Nessas situações, o ato sexual pode agravar o sangramento da mulher, aumentar o risco de haver infecção ou antecipar o parto.
Tirando essas circunstâncias, segundo a especialista, a sexualidade na gravidez deve ser encorajada. Isso porque, em sua experiência clínica, a médica relata ser comum encontrar casais com problemas dessa ordem: "As mulheres pela redução da libido e os desconfortos causados pelas alterações em seu corpo, e os homens pelo receio errôneo de machucar o bebê com a relação sexual".
Geralmente, essa perda de libido da mulher ocorre mais no início da gravidez e no final. O segundo trimestre costuma ser o mais favorável. "Mas eventualmente temos casos de gravidinhas com a libido em alta", garante Patricia.
A psicóloga e sexóloga Debora Gamella também lida com vários casais que têm dificuldades em relação a essa questão. Ela conta que a maioria dos pacientes que atende enfrentam problemas em sua sexualidade no período gestacional.
"A maior preocupação dos casais está relacionada à questão da segurança do feto durante o ato sexual. Se existe o perigo de machucar o bebê, se poderá afetar de alguma forma negativa o desenvolvimento sadio da gestação", declara. Mas além dessa questão, existem outras que envolvem o assunto. "Muitos tabus cercam o tema e, no máximo, ele é tratado no sigilo dos consultórios por casais extremamente angustiados em lidar com a situação", afirma Debora Gamella.
A sacralização da grávida
Um grande tabu em relação à sexualidade na gravidez diz respeito ao fato de muitos "sacralizarem" a mulher grávida, inclusive os próprios maridos. "Alguns homens passam a ver a companheira somente como a gestante do futuro filho, esquecendo-se que, de forma alguma, a feminilidade e a sensualidade se apagam nesse período", expõe Debora.
A sexóloga explica que, muitas vezes, expor a sensualidade na gravidez acaba sendo um proibitivo pela sociedade e várias mães que se deixam envolver pela aura da "sacralidade" automaticamente inibem sua sexualidade: "Muitas passam a se envolver tanto e tão somente com a maternidade que deixam de lado sua sensualidade".
Debora Gamella afirma que, embora diversas celebridades e formadoras de opinião estejam tentado modificar esse olhar preconceituoso, quando elas arriscam mostrar seus corpos sensuais durante a gravidez acabam sendo alvos de severas críticas, como ocorreu com Isis Valverde.
Sexo como união do casal
A essa altura do campeonato já deu para perceber que o sexo na gravidez e a expressão da sensualidade da mulher são altamente recomendáveis. "A gravidez simboliza a união do casal e não há motivos para se distanciarem em um momento como o gestacional, que deveria selar a união dos dois", conclui a psicóloga e sexóloga.