Secretário admite erro ao deixar integrante do Comando Vermelho participar de encontros da pasta
Redação RedeTV!"Dama do tráfico" visitou autoridades em Brasília em março e maio deste ano
(Foto: Reprodução/ Instagram)
Elias Vaz, secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, assumiu nesta segunda-feira (13) que errou ao deixar uma integrante do Comando Vermelho participar de encontros com autoridades em Brasília, segundo informações do Estadão Conteúdos.
Luciane Barbosa Farias, mulher de Clemilson dos Santos Farias ( conhecido como Tio Patinhas), visitou autoridades brasileiras em março e maio deste ano. Sua ida até Brasília inclui contato com os secretários do Ministério da Justiça.
Elias Vaz disse que Luciane estava como acompanhante e ele não sabia de suas irregularidades no sistema penitenciário. O secretário assume o erro por não ter feito uma verificação mais aprofundada de seus visitantes. "Esse erro foi da minha parte por não ter feito uma verificação mais profunda das pessoas que eu ia receber", disse em entrevista coletiva.
Sobre o caso, Flávio Dino, ministro da Justiça, se pronunciou na rede social X, antigo Twitter. "Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho", escreveu.
Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) November 13, 2023
De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que NÃO SE REALIZOU em meu gabinete.
Sobre a audiência, em outro local, sem o meu…
Depois da repercussão do caso, o Ministério da Justiça editou uma portaria para enrijecer as regras de visita à sede da pasta. O objetivo é controlar com mais rigor os acessos e ter uma análise prévia das pessoas. O texto, com as modificações, deve ser publicado nesta terça-feira (14) no diário oficial.
As agendas públicas das autoridades costumam trazer informações sobre a pessoa que pediu o compromisso e não dos demais participantes. Isso gera uma ameaça aos servidores e que a identidade de pessoas como Luciane, seja ocultada.
A mulher é conhecida como “dama do tráfico” amazonense e é condenada a dez anos de prisão por organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação por tráfico. Ela entrou em contato com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen); Paula Cristina da Silva Godoy, ouvidora nacional de Serviços Penais; e Sandro Abel Sousa Barradas, diretor de Inteligência Penitenciária da Senappen.
- O 'Tio Patinhas'
O marido de Luciane, Clemilson, foi preso no dia 11 de novembro de 2022. Ele estava em um culto na igreja Assembleia de Deus, em Manaus, quando um dos policiais o prendeu e anunciou: "Estamos prendendo o maior traficante de Manaus".
Nesta operação da polícia, foram apreendidos 235 kg de skunk (chamada de "supermaconha") no fundo falso de uma van, munições calibre 36 e um RG falso. O criminoso foi condenado a 31 anos de prisão.
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