Renato Zerbini Leão afirma que Israel está cometendo crime de guerra
Redação RedeTV!Em entrevista ao "É Notícia", o advogado destacou que a guerra é um genocídio
(Foto: Divulgação/ RedeTV!)
Sem previsão de cessar-fogo em Gaza, o número de mortos passa de 11 mil em mais de um mês do conflito entre Israel e o Hamas. No “É Notícia” desta quinta-feira (9), Kennedy Alencar recebe Renato Zerbini Leão, advogado e doutor em Direito Internacional e Relações Internacionais, para comentar sobre o conflito no Oriente Médio.
Membro do comitê de direitos econômicos e sociais e culturais da ONU entre 2010 e 2022, Renato Zerbini concorda com o posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que trata a guerra como genocídio. Para o especialista, as ações de Israel também podem ser enquadradas em crime de guerra e contra a humanidade.
“Se eu fosse advogado dos palestinos, eu defenderia essa tese [genocídio], porque há um derramamento indiscriminado de munições de todo tipo, inclusive munições que são proibidas pelo direito internacional dos conflitos armados. Ali há o ferimento frontal de princípios basilares como o da distinção, que diz justamente em diferir alvos militares dos civis. Não podem ocorrer ações que firam a dignidade humana, principalmente de mulheres e crianças. Isso sobre hipótese nenhuma pode ser aceito por um ser humano no século XXI”, destaca.
O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu vem prometendo destruir o Hamas desde o início do conflito. No entanto, Renato acredita que é impossível o fim do grupo extremista palestino. “Não é possível destruir o Hamas! Em algum momento será necessário trazer as mesas de negociações, porque politica é muito efêmera. Então esses autores terão que ser trazidos a mesa de discussão”.
Governo Bolsonaro X Governo Lula
O advogado comparou a política externa do governo atual com a gestão Bolsonaro, destacando o alívio aos direitos humanos. “Mudou da água para o vinho. É um Alívio ter de volta o presidente Lula, sobre tudo na perspectiva dos direitos humanos. No governo Bolsonaro, o Brasil se aliava aos países que são refratários a qualquer autonomia da mulher”, comentou.
Para Renato, o Brasil estava aliado ao extremismo conservador, excluindo os direitos das diversidades.
“O Estado Brasileiro estava se juntando as forças mais conservadoras e retrógradas da comunidade internacional. Agora, o Brasil volta a desfilar com a ciência, direitos humanos e essas temáticas. O Brasil é um país plural, da influência de distintas nacionalidades, temos um pouco de tudo”, completou o especialista.
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