26/09/2024 19:22:00

"Parece impossível sobreviver em alguns estados", diz Rodrigo Agostinho sobre aumento da temperatura

Redação RedeTV!

O presidente do Ibama explica a gravidade do aumento de temperatura fora da curva ao nível global

(Foto: Divulgação/ Rede TV!)

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, participou do programa 'É Notícia' nesta quinta-feira (26) e falou sobre a gravidade do aumento das temperaturas nos últimos dias. Segundo ele, a previsão de aumento gradual, que só deveria atingir 1,5 grau até 2040, já foi superada, surpreendendo climatologistas e especialistas.

"Todas as modelagens estão mostrando que, na faixa tropical, especialmente ao longo da linha do equador, o aumento de temperatura pode chegar a 6 graus. A previsão global era que até 2040 chegaríamos a 1,5 grau a mais na temperatura média mundial. Mas nós já ultrapassamos essa marca há quinze meses consecutivos. Quando falamos de 1,5 grau a mais, nas áreas tropicais, o aumento pode chegar a 6 graus. Se isso acontecer no Brasil, inviabiliza a vida em estados inteiros. É como se fosse impossível continuar sobrevivendo em algumas regiões do país. Isso precisa ser levado a sério", alertou Agostinho.

Ele também lembrou que o aumento das temperaturas foi um dos temas discutidos na 79ª Assembleia-Geral da ONU, realizada em Nova York, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a urgência de agir contra as mudanças climáticas e o impacto das queimadas no Brasil.

"O planeta já não pode esperar pela próxima geração. Está farto de acordos climáticos que não são cumpridos", afirmou Lula. "Está cansado de metas de redução de emissões de carbono negligenciadas e da ajuda financeira prometida aos países pobres que nunca chega", completou.

Agostinho mencionou que os problemas climáticos, incluindo as queimadas provocadas pela ação humana, são pauta recorrente no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que busca agilizar processos relacionados a crimes ambientais.

"Descobrimos, por meio de uma busca do CNJ, que existem 11 mil processos ambientais em andamento no judiciário brasileiro, a maioria deles caminhando lentamente. O ministro Barroso determinou que esses casos sejam priorizados, mas as penas são baixas. A pena por incêndio florestal no Código Penal, de 1940, é de dois a seis anos, mas a Lei de Crimes Ambientais, de 1998, reduz para dois a quatro anos. Se for culposo, a pena cai para seis meses a um ano, e isso logo é convertido em cestas básicas. Hoje, não temos ninguém preso no Brasil por incêndio florestal, grilagem, desmatamento ou garimpo ilegal. Embora nossas leis ambientais sejam bem escritas, sua efetividade é baixa. Infelizmente, a impunidade ainda prospera no Brasil", criticou o presidente do Ibama.

Agostinho destacou o impacto humano dessa tragédia ambiental, lembrando as vidas perdidas na linha de frente contra os incêndios.

"Este ano, já morreram 15 pessoas tentando apagar incêndios. O Ibama perdeu um brigadista. No Piauí, dois brigadistas de uma prefeitura local também morreram tentando conter as chamas. Além disso, há um aumento de doenças respiratórias, com pessoas sofrendo nas cidades durante esse período crítico. A gente precisa que as consequências sejam tratadas com mais rigor pela legislação brasileira", concluiu Rodrigo Agostinho.

Quer saber mais sobre a entrevista com Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama? Fique ligado no 'É Notícia', exibido todas as quintas-feiras, a 00h10, na Rede TV!.

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