23/03/2023 13:45:00

Ministro Mauro Vieira diz que relação do Brasil com a China deve crescer

Redação RedeTV!

“A China é o maior parceiro comercial hoje em dia”, pontuou o ministro das Relações Exteriores

(Foto: RedeTV!)

O jornalista Kennedy Alencar entrevista o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no É Notícia desta quinta-feira (23), às 23h45, diretamente do Palácio do Itamaraty, em Brasília.

O ministro destacou a retomada da relação do Brasil com o mundo em apenas três meses de governo Lula. “Estamos reconstruindo as pontes que foram destruídas ou abandonadas, essa foi a instrução que o presidente Lula me deu”, disse Mauro Vieira.

A primeira viagem do líder brasileiro à China foi comentada pelo ministro, que pontuou a importância comercial dessa relação. “A China é o maior parceiro comercial hoje em dia. No ano passado, as exportações do Brasil para a China foram maiores que as exportações para os Estados Unidos e a União Europeia somadas (…) As possibilidades de expansão são muito grandes.”

Para o diplomata, não faz sentido a entrada do Brasil na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). “O Brasil não faz parte do Atlântico Norte. Queremos cuidar do Atlântico Sul e fazer dele uma zona de paz e cooperação.” Mauro ainda comentou a proibição constitucional sobre uso e fabricação de armamento nuclear. “É muito complexo o Brasil fazer parte de uma organização militar que tem países nuclearmente armados, quando nós temos na nossa Constituição uma proibição clara e explicita do desenvolvimento de armas nucleares,” completou.

A Organização de Nações Unidas (ONU) foi classificada pelo ministro como uma “composição antiquada que não reflete o mundo de hoje”. Para Mauro, faltam atualizações nos métodos de trabalho da ONU e da adesão de países que representem a África e a América do Sul.

Eixo ambiental

Mauro ressaltou que o plano ambiental do governo Lula foi baseado em pilares de políticas externas, porém, com foco em defender o patrimônio brasileiro. O ministro destaca que durante o governo Bolsonaro o acordo entre Mercosul e União Europeia ficou paralisado. “O acordo estava paralisado, porque a União Europeia estava esperando o resultado das eleições, para ver qual seria o destino da política ambiental,” analisou o diplomata.

Exigência de vistos de entrada no Brasil

No início de março, o governo brasileiro informou que retomará a exigência de vistos para a entrada dos cidadãos dos EUA, Japão, Austrália e Canadá.

O ministro explicou que a suspensão de vistos deve ocorrer apenas em casos de reciprocidade, o que não houve em relação a esses países. “É preciso deixar muito claro que todas essas medidas foram tomadas após avaliação séria e criteriosa de todos os órgãos (…) Durante esse período de quatro anos da isenção do visto, não houve nenhum aumento substancial de turistas”.

A medida suspensa iniciou em 2019 após pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que alegou tratar de uma facilidade para entrada de mais turistas no Brasil. Entretanto, Mauro afirma que não há dificuldade na solicitação de vistos para entrar no país.

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