Ministério da Defesa divulga relatório e aponta riscos à segurança do processo eleitoral
Redação RedeTV!“Não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso”, diz o documento
(Foto: Agência Brasil)
Nesta quarta-feira (9), o Ministério da Defesa encaminhou o relatório de fiscalização do sistema eletrônico de votação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A pasta destacou que a equipe de técnicos militares das Forças Armadas restringiu a fiscalização na segurança do sistema eletrônico de votação, sendo assim, não verificou possíveis indícios de crimes eleitorais.
No documento, a Defesa afirma que o processo não apresenta total segurança contra invasões que possibilitam a alteração de seu funcionamento. “Do trabalho realizado, destaco dois pontos. Primeiro, foi observado que a ocorrência de acesso à rede, durante a compilação do código-fonte e consequente geração dos programas (códigos binários), pode configurar relevante risco à segurança do processo. Segundo, dos testes de funcionalidade, realizados por meio do Teste de Integridade e do Projeto-Piloto com Biometria, não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento,” ressalta o ofício.
O Ministério da Defesa encaminhou hoje (09), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Relatório de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação.
— Ministério da Defesa (@DefesaGovBr) November 9, 2022
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Com a fiscalização, a pasta sugere ao TSE que uma comissão especializada seja criada para:
- realizar uma investigação técnica para melhor conhecimento do ocorrido na compilação do código-fonte e de seus possíveis efeitos;
- promover a análise minuciosa dos códigos binários que efetivamente foram executados nas urnas eletrônicas.
No relatório, os técnicos apontam que encontraram dificuldade para analisar os códigos devido a restrição de acesso definido pelo TSE. Confira os limites:
- foram autorizados somente análises estáticas, sem executar os códigos;
- não houve acesso ao sistema de controle de versões do sistema eletrônico;
- não houve acesso às bibliotecas de software desenvolvidas por terceiros;
- as fiscalizações de mais de 17 milhões de linhas de código-fonte foram restritas no ambiente de análise.
Em nota, o Tribunal informou que recebeu o relatório final com satisfação e que analisará as sugestões encaminhadas para aperfeiçoar o sistema.
“Assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”, escreveu a Corte.
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