07/12/2023 21:01:00

Lula fez os melhores governos da história do Brasil, afirma Jean Wyllys

Redação RedeTV!

Ex-deputado federal fez avaliação positiva ao comparar governo atual com o do ex-presidente Jair Bolsonaro 

(Foto: Divulgação/RedeTV!)

O ex-deputado federal Jean Wyllys fez uma avaliação positiva do primeiro ano de governo Lula. Em entrevista ao "É Notícia”, desta quinta-feira (7), o jornalista alegou ter sentido um avanço político em relação aos quatro anos de governo Bolsonaro

“Acho que de maneira geral, se comparada com a terra arrasada que vivíamos, demos um salto, viajamos anos-luz em relação ao que o Brasil estava nas mãos de Bolsonaro e sua turma. Lula é um homem competente, um homem com experiência de dois governos. Lula fez os dois melhores e maiores governos da história da república brasileira. Não tem nem comparação”, elogiou. 

Apesar da extrema-direita não estar mais no poder, Jean reforça que mesmo em um governo de esquerda, como o de Lula, a direita ainda se mostra presente e crescente. “Esse governo novamente é um governo pactuado com a direita. E muitas vezes tem deixado que a direita avance dentro do governo. Ou seja, o governo Lula é um governo hospedeiro de um parasita de direita! Se não tomar cuidado esse parasita pode crescer e comprometer o próprio governo. Esse parasita se apresenta de maneira mais clara no Congresso Nacional”, disse. Atualmente, dos 513 deputados federais da Câmara, 237 são considerados de direita (46,20%), enquanto 141 (27,48%) são de esquerda e 135, de centro (26,31%). 

Para Wyllys, essa proliferação da direita pode ser percebida com a movimentação do governo para ampliar sua base de apoio no Congresso Nacional, nomeando figuras do Centrão ou próximas a nomes da direita. Como exemplo, o ex-deputado citou as últimas trocas de lideranças ministeriais e da Caixa Econômica Federal, considerando falta de ‘pulso firme’ do presidente, na ocasião. 

“Acho que Lula às vezes cede muito fácil a essas pressões [de uma direita fisiologista]. Principalmente quando se trata de defenestrar mulheres no governo […] quando a fome vai para o cargo das mulheres! Foi assim que a Ana Moser foi defenestrada sem muita resistência, a Caixa foi tirada das mãos de uma mulher e entregue a um homem das relações de Arthur Lira, há uma pressão sobre a ministra Nísia Trindade. Acho que Lula poderia oferecer mais resistência a essa fome do Centrão pelos cargos e pelos cargos das mulheres”, pontuou.

Ao que classificou como uma espécie de “pacto de dominação masculina”, o jornalista ainda alegou sentir que os cargos ocupados por mulheres são entregues mais facilmente à direita, enquanto aqueles ocupados por outros homens tendem a apresentar maior resistência. “Flávio Dino é defendido com muito mais ênfase, com muito mais precisão, do que a Nisia Trindade. Tem um pacto da dominação masculina que ocorre independentemente da posição no espectro político!”, explicou. 

Exílio na Espanha

Em julho deste ano, Jean retornou ao Brasil após passar cerca de quatro anos exilado na Espanha. Devido uma série de ameaças atribuídas aos grupos de extrema-direita e apoiadores de Jair Bolsonaro, o jornalista decidiu, em 2019, renunciar ao cargo de deputado federal e deixar o país. Essa decisão, contudo, não teria partido apenas de uma escolha sua, mas também por recomendação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), encarregada da promoção e proteção dos direitos humanos no continente americano.

“Não gosto do termo autoexilado, porque parece que foi decisão minha, uma escolha minha sair do Brasil. Na verdade, eu fui um exilado. A recomendação de eu sair do Brasil foi feita pela CIDH da OEA, que acompanhou meu caso e recebeu as 17 denúncias que eu tinha apresentado à Polícia Federal, que não fez absolutamente nada”, contou a Kennedy Alencar.

Wyllys reforçou que o autoexílio é um direito daqueles que sentem sua segurança ameaçada, mas que sua decisão não se deu somente no risco das ameaças, mas sim no alerta do órgão. “Sai para me manter vivo. Não sou mártir, nem quero ser mártir.”

A decisão de retornar para o Brasil neste ano teria vindo com a vitória de Lula nas urnas. “Eu trabalhei muito pela vitória de Lula para poder voltar. Sair não foi uma escolha e voltar não era opção. Meus inimigos estavam literalmente no poder”. Relembrando o caso onde a Polícia Rodoviária Federal (PRF) descumpriu uma decisão do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, e realizou centenas de ações de fiscalização do transporte público no Nordeste, Jean alegou não se sentir protegido pelas instituições de segurança pública. “A polícia tava infectada pelo fascismo. Então eu corria risco, essas instituições não me protegeriam. Então a vitória de Lula era importante pra eu voltar, eu trabalhei muito pra vitória dele, me filiei ao PT no exílio.”

Em 2021, o jornalista anunciou que iria sair do PSOL e se filiar ao Partido dos Trabalhadores (PT). A movimentação foi uma tentativa de obter maior apoio a Lula, que disputava a presidência. Segundo ele, um dos motivos que o levou a fazer diversos esforços para a eleição do petista foi a vontade de se reunir com a mãe novamente. “Trabalhei muito para Lula se eleger para eu voltar, porque eu queria novamente estar com minha mãe. Fiquei quatro anos e meio sem ver minha mãe, dois sobrinhos meus nasceram nesse período, tinha e tenho meus amigos aqui. Minha vida é aqui”, afirmou.

Agora que voltou ao país, o ex-deputado integra o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), uma iniciativa do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania para proteger aqueles que estejam em situação de risco, vulnerabilidade ou sofrendo ameaças em decorrência de sua atuação em defesa desses direitos.

Pinga-Fogo

O jornalista exaltou o presidente Lula e o classificou como “um grande homem”, durante o tradicional quadro 'Pinga-fogo'. Além do estadista, Wyllys também definiu o ex-presidente Jair Bolsonaro como um “lixo histórico.”

Veja a íntegra do Pinga-fogo:

Getúlio Vargas - “um populista”

Juscelino Kubitschek - “um visionário”

Jânio Quadros - “ridículo”

João Goulart - “um grande homem”

Ditadura militar de 1964 - “lixo histórico”

Tancredo Neves - “um conciliador”.

José Sarney - “nulidade”

Fernando Collor de Mello - “uma segunda nulidade”

Itamar Franco - “um progresso”

Fernando Henrique Cardoso - “mais que progresso”

Dilma Rousseff - grande mulher.

Michel Temer - “um vampiro”

Jair Bolsonaro - “um lixo histórico”

Lula - “um grande homem”

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