Julgamento da deputada Carla Zambelli no STF é adiado após pedido de vista
Tainá Fernandes / Redação RedeTV!A parlamentar responde por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal
(Foto: Reprodução/ Assembleia Legislativa)
O julgamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no Supremo Tribunal Federal (STF) foi interrompido nesta segunda-feira (24) após o ministro Nunes Marques pedir vista do processo. A parlamentar responde por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, sendo inicialmente condenada por quatro ministros a cinco anos e três meses de prisão, além da perda de mandato.
Com o pedido de vista, Nunes Marques tem até 90 dias para devolver o processo ao STF para a continuidade do julgamento. A análise ocorria no plenário virtual, com previsão de ser concluída até sexta-feira (28), mas os demais ministros podem antecipar seus votos até lá.
O caso envolve um incidente ocorrido em outubro de 2022, na véspera do segundo turno das eleições, quando Zambelli apontou uma arma para um homem em uma rua de São Paulo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) defende a condenação da deputada. O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, votou pela condenação, sendo seguido pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, e Flávio Dino.
Em sua defesa, Zambelli alegou ter autorização para o porte de arma, mas Gilmar Mendes refutou esse argumento. Para o ministro, o porte de arma para defesa pessoal não justifica o ato de perseguir pessoas em via pública, especialmente quando não há risco iminente à integridade física. Gilmar Mendes descreveu a conduta de Zambelli como "de elevado grau de reprovabilidade", considerando o contexto político e eleitoral do episódio.
Em nota divulgada na sexta-feira (21), Zambelli expressou confiança na Justiça e afirmou acreditar que sua inocência será comprovada após o esclarecimento dos fatos. O advogado da deputada, Daniel Bialski, lamentou a impossibilidade de realizar a sustentação oral presencialmente e criticou as premissas do voto de Gilmar Mendes.
O julgamento acontece no plenário do STF devido à tramitação do processo antes das mudanças no regimento interno da Corte, que agora remete processos penais mais recentes para as turmas, como é o caso da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
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