Em entrevista ao "É Notícia", Sâmia Bomfim afirma que CPI do MST foi um fiasco
Redação RedeTV!“O MST está saindo mais forte!”, destacou a deputada federal
(foto: Divulgação RedeTV!)
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) disse em entrevista ao "É Notícia", nesta quinta-feira (10), que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um fiasco.
Com primeira sessão em 23 de maio, a CPI do MST foi instalada a pedido do deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), para apurar a atuação do movimento e de seus financiadores.
Integrante da comissão, Sâmia Bomfim destaca o papel do MST como fundamental à reforma agrária no país. Com o andamento da CPI, que tem previsão para terminar em setembro, ela acredita que o objetivo da base “bolsonarista” não teve efeito. “Foi um fiasco, um tiro no pé! Eu imagino que eles estão 'arrependidíssimos' de terem proposto essa CPI (…) Criminalizar o MST não é pouca coisa, porque é o maior movimento social da América Latina e que para o próprio Lula foi fundamental para momentos de crise”.
A deputada destacou que ao longo da Comissão o movimento ganhou força, pois não houve prova de nenhum crime. “O MST está saindo mais forte. As mulheres que participaram dessa CPI acredito que também estão saindo mais fortes! O relator, deputado federal Ricardo Salles, do PL de São Paulo e o presidente Zucco estão saindo pequenos, desmoralizados, com alguns inquéritos. Estão 'arrependidíssimos'”, reforça a parlamentar.
Durante a CPI, Sâmia protagonizou diversas discussões, sendo vítima de violência política de gênero, inclusive, por parte do presidente da Comissão. Para a representante do PSOL, esse ódio é fruto do machismo e para entendê-lo basta assistir às sessões. “Uma ação fruto do machismo que tenta impedir a atividade politica das mulheres (…) A lei é muito recente e o conceito também. Se as pessoas quiserem entender o que significa, podem assistir algumas sessões da CPI do MST, em que o presidente e o relator foram os que mais cometeram violência política.”
A parlamentar ressaltou a força e também o papel fundamental das mulheres durante a CPI do MST. “A resistência à extrema direita no Brasil e no mundo tem a cara das mulheres!”
União do PT e PSOL
A aliança entre PSOL e PT durante as eleições de 2022 foi classificada por Sâmia como um esforço em prol da democracia para derrotar o ex-presidente e então candidato pelo PL, Jair Bolsonaro. “No momento de ‘Bolsonarismo’, todas as diferenças que existem na esquerda ou mesmo de forma mais ampla, no centro progressista ou democrático, elas ficaram menores diante do desafio imenso e que era um desafio democrático!”
No entanto, a união entre os partidos foi além do último pleito com a oficialização do apoio do PT ao deputado federal Guilherme Boulos, do PSOL, para a prefeitura de São Paulo. Pela primeira vez, os petistas não terão candidato para concorrer as eleições municipais.
Ao comentar a nova aliança, Sâmia relembrou que a vitória da esquerda em São Paulo nunca foi tão real, já que no ano passado, Fernando Haddad e Lula foram os mais votados na cidade.
“Nunca vi tanta condição de um governo de esquerda se tornar uma realidade em São Paulo. Acho que vai ser uma eleição muito difícil, não canto vitória antes da hora, mas acho que tem muitas condições que isso aconteça. Boulos é carismático, renovação da esquerda”.
O apoio da cúpula do PT ao deputado federal foi formalizado no último sábado (5).
Veja também:
>>> Candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio é assassinado
>>> Moraes apontou "condutas gravíssimas" ao determinar prisão de Silvinei
>>> Conselho de Ética arquiva processo contra Nikolas Ferreira por transfobia
Assista aos vídeos e inscreva-se no canal
