16/02/2023 19:35:00 - Atualizado em 16/02/2023 19:35:00

"Crime organizado tem participação de agentes públicos", afirma padre Júlio Lancellotti

Redação RedeTV!

O religioso é o entrevistado do 'É Notícia' desta quinta-feira (16)

(Foto: RedeTV!)

O jornalista Kennedy Alencar entrevista o padre Júlio Lancellotti no ‘É Notícia’ desta quinta-feira (16). Símbolo da luta em defesa dos diretos humanos no Brasil, o pároco falou dos principais problemas enfrentados pelas pessoas em situação de rua, enfatizando os menores nessa condição que são levados ao crime organizado. 

“O grande deletério para as crianças em situação de rua é um crime organizado. Se estão roubando esse ouro, quem é que compra?”, questionou padre Júlio, ao citar sobre a necessidade de investigar as causas por trás dos crimes cometidos.

Ainda durante a entrevista, o pároco pontuou que a criminalidade não é enfrentada pelo Estado de forma que seja encontrada a principal causa, pois há agentes públicos envolvidos. “Existe um crime organizado com participação de agentes do Estado (..) Quem é que está ganhando com aquilo?”, pontuou. 

Padre Júlio destacou ainda que as crianças são exploradas por criminosos. “Eles têm uma faixa etária específica, porque é uma faixa etária de muita agilidade física, quando eles ficam adolescentes eles perdem a agilidade física,” alertou. 

Ao ser questionado sobre a condição vivida pelas mulheres em situação de rua, Padre Júlio classificou como dramático. “Elas estão menstruadas e não tem nem água para se higienizar, nem um absorvente higiênico e nem uma calcinha limpa e nova para usar”, afirmou. Para ele, essas mulheres não têm direitos e, por esse motivo, faltam medidas para acabar com a pobreza menstrual. 

Com 40 anos de trabalho social com a população em situação de rua, padre Júlio pontuou que o grupo LGBTQIA+ é o que mais cresce no Brasil devido à rejeição da família e da igreja. O padre afirmou que essa pauta é dramática. Para o religioso, as igrejas precisam de sensibilidade. “Eu digo para elas: Deus as ama, vocês são filhas de Deus e Deus não quer a dor e sofrimento de vocês”, contou.

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