Após perder enterro do irmão, Lula decide não ir ao ABC para ver familiares
Redação/RedeTV! com Agência Brasil(Foto: Divulgação)
Autorizado a deixar a prisão somente após o enterro do irmão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi liberado para visitar familiares em Santo André nesta quarta-feira (30), mas decidiu que não irá. A informação foi divulgada pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
"O presidente Lula gostaria de participar do enterro e se despedir do seu querido irmão. É claro que ele também quer se encontrar com a família, mas para isso vai ter outra oportunidade", afirmou ele, segundo o jornal O Estado de São Paulo.
Pelo Twitter, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), líder do partido na Câmara, disse que Lula decidiu não ir mais por não ter "motivos para se encontrar às escondidas com a família como se isso fosse um favor do MPF e do Judiciário da turma da Lava Jato”.
No início da tarde desta quarta, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, aceitou pedido para que Lula deixasse a prisão e fosse ao velório do irmão, Genival Inácio da Silva, conhecido como Vavá, que morreu ontem (29), em decorrência de câncer no pulmão.
O sepultamento, no entanto, ocorreu minutos depois da decisão, e Vavá foi enterrado em São Bernardo do Campo (SP). Contudo, Toffoli autorizou que o ex-presidente se encontre com familiares. "Por essas razões, concedo ordem de habeas corpus de ofício para, na forma da lei, assegurar, ao requerente Luiz Inácio Lula da Silva, o direito de se encontrar exclusivamente com os seus familiares, na data de hoje, em Unidade Militar na Região, inclusive com a possibilidade do corpo do de cujos ser levado à referida unidade militar, a critério da Família", escreveu. Será a primeira vez que o ex-presidente deixará a prisão desde abril do ano passado.
A defesa de Lula recorreu ao STF após a decisão da juíza federal Carolina Lebbos, da 12ª Vara Criminal em Curitiba, que rejeitou o mesmo pedido na madrugada de hoje, confirmada pelo desembargador federal Leandro Paulsen, do Tribunal Regional Federal (4ª Região).
Na despacho, a juíza entendeu que a decisão final cabe à Polícia Federal (PF), que alegou dificuldades logísticas para realizar a viagem da superintendência da corporacão em Curitiba, onde Lula está preso, até o Cemitério Pauliceia, em São Bernardo do Campo).
A defesa de Lula alegou que a Lei de Execução Penal (LEP) prevê que presos possam deixar as unidades para comparecer ao velório de um parente próximo.
Lula está preso desde 7 de abril do ano passado por ter sua condenação no caso confirmada pelo TRF4, que impôs pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP).