Aécio Neves é alvo de operação da Polícia Federal
Redação/RedeTV! com agências
(Foto: Divulgação/PSDB)
A Polícia Federal (PF) realiza, na manhã desta quinta-feira (18), uma operação que tem como alvo o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Agentes cumprem mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao tucano nas cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília.
A operação, ligada à Lava Jato, tem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) e também determina o afastamento de Neves de seu mandato como senador. O Procurador-Geral da República Rodrigo Janot pediu a prisão de Aécio. Andrea Neves, irmã do político, foi presa em Minas Gerais.
A polícia ainda faz buscas na residência e no gabinete do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) em Curitiba. O STF pediu o afastamento do político do seu mandato.
A operação ainda resultou na prisão do procurador da República Ângelo Goulart Vilela. Ele poderia ter atuado vazando informações sobre a Operação Lava Jato para políticos. Outro alvo da PF é o gabinete do senador Zezé Perrela (PSDB-MG).
O ministro do STF Edson Fachin também expediu mandado de prisão contra o advogado Willer Tomaz, que é ligado ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Equipes deixaram a sede da Polícia Federal, na Zona Portuária do Rio, por volta das 5h30 e se dirigiram a endereços nos bairros de Ipanema (onde mora o senador), de Copacabana e do Maracanã (residência de Altair Pinheiro, braço direito do ex-deputado Eduardo Cunha).Um chaveiro foi chamado para ajudar no trabalho dos agentes em Ipanema, já que não havia ninguém na casa de Aécio Neves. Um funcionário que trabalha no hotel ao lado foi chamado para ser testemunha. Por volta das 08h30, os agentes deixaram o local.
A operação foi deflagrada após a delação de Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, que entregou uma gravação de áudio na qual Aécio Neves pediria a ele R$ 2 milhões. No áudio, o senador tucano teria justificado o pedido alegando que necessitava do dinheiro para pagar sua defesa na Lava Jato. A informação foi divulgada pelo jornal "O Globo" ontem à noite (17).
O dinheiro teria sido entregue ao primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, que foi diretor da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), nomeado pelo tucano, e um dos coordenadores de sua campanha à Presidência em 2014. A assessoria de imprensa do senador informou que ele "está absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos" e disse que o tucano "aguarda ter acesso ao conjunto das informações para prestar todos os esclarecimentos necessários".