"O prédio tremeu, o chão subiu", diz brasileira no Líbano
Agência BrasilEla mora em um bairro a 15 minutos da região onde ocorreu a explosão
(Foto: Reprodução)
Meirielly Reis é brasileira e mora em Beirute. Ela mora em um bairro a 15 minutos da região portuária onde ocorreu a explosão na cidade na terça-feira (4). Ela conta que se assustou com os estouros e sentiu os efeitos na sua residência.
“Na hora da explosão eu estava em casa. A primeira foi leve, a segunda mais forte e a terceira estrondante, como uma onda de energia e calor inundasse tudo por aqui. O prédio tremeu, o chão subiu. Tremia e voltava. Isso aconteceu quatro vezes. Eu achei que era um terremoto. Só pensei em sair de casa”, relatou à Agência Brasil.
As janelas fechadas se romperam com a pressão e a onda avançou para dentro das casas. A janela da casa de Meirielly estava aberta, então os vidros não quebraram. Mas na garagem onde guarda o carro, isso ocorreu.
Depois de cinco minutos, uma nuvem vermelha invadiu todo o céu. Em seguida começaram a cair pedaços de fragmentos, como uma chuva negra que cobriu toda a região. “Foi uma coisa muito assustadora”, lembra.
Casada com libanês
Meirielly mora no Líbano há oito anos. Casada com um libanês, disse à reportagem que preferiu criar os quatro filhos no país.
A brasileira contou que ainda não recebeu contato da embaixada do Brasil no país para avaliar a sua situação e que não conhece nenhum brasileiro que foi contactado.
Meirielly disse que não viu ainda nas ruas o tamanho do estrago. Isso porque a brasileira não teve coragem de sair de casa até o momento.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que não há registro de brasileiros feridos ou mortos. A pasta acompanha a situação.
“O Itamaraty seguirá acompanhando a situação por meio da Embaixada do Brasil em Beirute, em coordenação com a Divisão de Assistência Consular (DAC) em Brasília”, diz o comunicado.
A Agência Brasil entrou em contato com o ministério sobre a assistência dada aos brasileiros no Líbano e aguarda retorno.
Tragédia grande
Em entrevista à Rádio Nacional, o presidente da União Líbano-Brasileira, Bassan Haddad, que mora em Beirute, disse que muitas casas foram prejudicadas. “Há muitos mortos e muitos feridos. Os mortos, eles estão ainda colhendo, está chegando na faixa de 300”, disse.
Além das perdas de vidas e dos feridos, o presidente da União Líbano-brasileira destaca que houve danos materiais significativos. “A região foi muito prejudicada. Shoppings, restaurantes, lojas, igrejas, mesquitas. Realmente, uma tragédia grande”, destacou.
Haddad relatou que estão vivendo “uma situação bem delicada”. Ele reforçou que as investigações até agora apontam para causa acidental. “É um acidente mesmo. Nada de atentado, nada de bomba. Isso foram boatos”, disse.
Ele acredita que o povo libanês e os moradores do país vão se recuperar. “Vamos sair dessa porque o Líbano já teve experiência. Sempre levanta novamente e vamos reconstruído”, espera.
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