Jornalistas são retidos durante entrevista com Nicolás Maduro, diz jornal
Redação RedeTV!De acordo com a emissora, a ordem partiu de Nicolás Maduro após ficar insatisfeito com as perguntas Momento em que a equipe da emissora preparava a iluminação para o início da entrevista (Foto: Univision Noticias)
Uma equipe de seis jornalistas da rede de televisão hispânica dos Estados Unidos, Univision Noticias, será deportada nesta terça-feira (26) após serem retidos por cerca de três horas no Palácio Miraflores, sede da presidência na Venezuela.
De acordo com a emissora, a ordem partiu de Nicolás Maduro após ficar insatisfeito com as perguntas feitas durante entrevista ao jornal, na tarde de segunda-feira (25).
Jorge Ramos, âncora veterâno do canal e encarregado de fazer as perguntas questionou Maduro sobre a falta de democracia na Venezuela, a tortura de presos políticos e a crise humanitária do país. Em dado momento, após ver um vídeo de jovens comendo o que era transportado por um caminhão de lixo, o líder chavista interrompeu a entrevista, mandou confiscar o equipamento e deter os profissionais. "Eu nunca pensei que eles fossem fazer algo estúpido como isso. Nunca pensei que fariam toda a entrevista e nos roubariam", afirmou Ramos em entrevista à Univision Notícias.
Segundo o jornal, o presidente eleito da Venezuela aceitou conceder a entrevista na semana passada. "O que eu disse a Nicolás Maduro é que milhões de venezuelanos e muitos governos do mundo não o consideram um presidente legítimo, mas um ditador. Foi o que eu disse, e ele obviamente não gostou", ressaltou Ramos.
Ao todo, seis jornalistas da equipe foram detidos na Venezuela: Maria Martínez, Claudia Rondón, Francisco Urreiztieta, Juan Carlos Guzmán, Martín Guzmán e Jorge Ramos. As forças de segurança não devolveram os equipamentos, nem os artigos pessoais dos jornalistas depois de liberá-los. Eles foram para o hotel em Caracas e serão deportados nesta terça-feira (26).
A presidente da Associação Interamericana de Imprensa (SIP), María Elvira Domínguez, disse que a ação contra a equipe de TV "equivale a um sequestro".