13/06/2024 20:04:00 - Atualizado em 13/06/2024 20:05:00

"Vamos ter uma grande estiagem na Amazônia e no Pantanal", afirma Marina Silva

Redação RedeTV!

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima falou sobre os eventos extremos no país 


(foto: Divulgação/ RedeTV!)

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, no “É Notícia”, desta quinta-feira (13), que a Amazônia e o Pantanal devem passar por um período de forte estiagem neste ano. 

“Vamos ter uma grande estiagem na Amazônia e no Pantanal. Começamos com cheia na Amazônia, o Pantanal já está em situação crítica em relação à questão hidrológica, a Agência Nacional de Águas já estabeleceu, pela primeira vez, que toda a bacia do Rio Paraguai está em situação crítica”.

 A ministra revelou que o governo federal em parceria com os governos das regiões amazônica e pantanal assinaram um pacto para acompanhar a situação dos eventos climáticos em uma ação preventiva devido à previsão de grandes incêndios a partir de julho. Em apenas 11 dias, o mês de junho, na série histórica, já havia registrado aumento nos focos de fogo no Pantanal.

“Nós estamos vivendo uma junção das de evento climático extremo e fenômenos naturais que tem a ver com o El Niño, o La Niña, essa composição”, declarou Marina. 

Relembrando a entrevista com o coordenador-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilvan Sampaio, Kennedy questionou a ministra sobre os efeitos que os extremos climáticos podem causar na saúde humana, já que o Brasil deve passar por uma onda de calor. “A nossa biologia entra em colapso, sobretudo com o processo de desidratação (…) No caso de temperaturas elevadas, inclusive, você pode ter situações generalizadas de cãibras no corpo inteiro, que é algo terrível, imagina, você tem uma cãibra no pé, agora imagina você entrar num processo de colapso em função de cãibras”, contou Marina, de acordo com informações de especialistas. 


Os idosos e as crianças são muito suscetíveis a processos de desidratação, porque quando a gente chega mais ou menos na idade, tem que tomar água por obrigação, como se fosse um remédio. (…) E os idosos, muitas vezes, quando eles não estão devidamente acompanhados ou cuidados, eles entram em processo de colapso e podem morrer em algumas horas”, explicou a professora. 

Equiparar aborto a homicídio: “processo perverso”

A polêmica aprovação do Projeto de Lei 1904/24, que equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas ao homicídio, foi considerada perversa pela ministra.   

Como mulher e evangélica, Marina opinou que usar o interesse político para tratar esse tema não colabora com a saúde pública. “Não colabora em nada com os avanços civilizatórios que a humanidade já foi alcançando, inclusive da defesa dos direitos e da proteção das mulheres (…) Você estabelecer que um estuprador é passivo de uma pena menor do que a mulher que foi estuprada e que por alguma circunstância não teve como fazer esse aborto, esse estupro dentro do período legal, porque uma boa parte dessas pessoas não tem acesso aos meios, aos equipamentos para fazer valer o seu direito.”

A ministra declarou ser contra o aborto, mas usar dessa instrumentalização é algo terrível, principalmente, ao se tratar de menores. “A criança nem tem consciência do que está acontecendo com o corpo dela. Então, acho que essa instrumentalização é um processo perverso e, sobretudo, essa forma de dizer que você está fazendo isso porque você está defendendo os princípios de Deus e da religião; Deus nunca iria concordar de que uma mulher que foi estuprada e que é violentada, que ela seja passiva uma pena maior do que o seu estuprador, do que aquele que a violentou, do que o seu algoz.“

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