Por que as pessoas traem? Brasil é o país mais infiel da América Latina
Julia Ogeia com supervisão de Ana Martins/ Redação RedeTV!Tédio, vingança, falta de amor… Especialista explica o que leva uma pessoa a trair
(Foto: Freepik)
O mundo dos famosos é cercado por escândalos e contradições. Poucas coisas, no entanto, são tão impactantes e polêmicas quanto uma traição.
Mais de duas semanas após ser acusado de infidelidade, o nome do jogador Neymar Jr. ainda gera uma forte repercussão na mídia e nas redes sociais. Revoltados pela situação, muitos internautas se solidarizaram com Bruna Biancardi, grávida da primeira filha do craque.
No entanto, o caso de Neymar e sua namorada não é único. De famosos a anônimos, a infidelidade já atingiu diversas pessoas, sendo um mal mais comum do que o imaginado.
Segundo a ‘Radiografia da Infidelidade e Infiéis no Brasil’, um estudo realizado pelo site de encontros Gleeden, que entrevistou 460 mil pessoas no país, oito em cada dez pessoas já traíram em relacionamentos monogâmicas. Os números colocaram o Brasil no topo do ranking entre os países da América Latina que mais traem.
Relacionamentos infelizes, falta de amor, tédio na relação…Afinal, o que leva uma pessoa a trair?
A psicóloga Amanda Amude Sartoretto explica que a resposta para essa pergunta não é tão simples. A traição é resultado de uma combinação de fatores: os aspectos emocionais das pessoas envolvidas (traído e traidor), as características desse relacionamento e o contexto em que ele existe.
“Antes de trair o parceiro, a pessoa está se traindo. Se a pessoa que foi infiel ao parceiro fosse honesta consigo mesma, perceberia que provavelmente a relação não está mais fazendo sentido pra ela e que existe um déficit nessa relação, o que a deixa insatisfeita. Mas em vez de confrontar o motivo de insatisfação, ela busca alternativas paliativas como se relacionar com uma terceira de pessoa”, afirma a especialista.
Segundo Amanda, a insatisfação geralmente está atrelada aos seguintes fatores:
- Falta de compromisso consigo mesmo e consequentemente com o parceiro: alguém que não sabe se amar não sabe amar os outros;
- Sentimento de menosprezo, negligência, desvalor: o infiel busca fora do relacionamento alguém que preencha suas faltas, ao invés de se priorizar e, assim, exigir prioridade;
- Tédio: ao invés de se reinventar em uma relação, o que exige diálogo, dedicação e mudança de comportamento, a pessoa resolve isso se abrindo para aventuras
- Vingança: a traição se torna uma maneira de punir o parceiro, por quem sente raiva por não receber o que quer;
- Aceitar migalhas: por não ter seu desejo sexual sanado, ao invés de lidar com esse problema confrontando o parceiro, o infiel busca isso fora da relação.
No senso comum, a pessoa infiel é considerada sem caráter, merecedora de punição, “enquanto o traído é transformado numa grande vítima”, porém a psicologia ressalta que a traição é um assunto bem mais complexo.
“A traição não está necessariamente atrelada a falta de amor e nem falta de caráter, tem a ver com a pessoa infiel não priorizar as próprias necessidades e interesses. Tem a ver com pessoas que não sabem fazer escolhas funcionais e saudáveis. Geralmente a pessoa infiel pode até reclamar de suas necessidades não satisfeitas, pode fazer monólogos infindáveis, mas dificilmente essa pessoa escolheu resolver de fato suas insatisfações de maneira madura e saudável”, explica a especialista.
Amanda ainda destaca que em qualquer relacionamento as pessoas envolvidas são responsáveis pelo sucesso ou insucesso da relação. De forma que, sim, quando há uma traição, ambas as partes aceitaram menos do que esperavam e tem ‘culpa no cartório’.
O tema traição estará no palco do ‘Teste de Fidelidade- A Investigação’ a partir da próxima quarta-feira (5), retornando a programação da RedeTV! com um novo formato. Dessa vez, João Kleber explorará mais a fundo o porque as pessoas traem, o que é considerado traição em tempos de redes sociais e se é possível perdoar infidelidade.
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