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Resumão! "São Paulo não aceita covarde, São Paulo despreza covarde", diz Boulos após ausência de Nunes em debate

Caio Fonseca/ Redação RedeTV!

Candidato do PSOL foi sabatinado após atual prefeito cancelar presença no debate promovido pela RedeTV! em parceria com UOL e Folha de S. Paulo

(Foto: RedeTV!)

Após o atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), cancelar sua participação no debate desta quinta-feira (17), organizado pela RedeTV! em parceria com UOL e Folha de S. Paulo, a emissora decidiu seguir com a entrevista do candidato do PSOL, Guilherme Boulos.

Conforme consta no regulamento: “As mediadoras esclarecerão ao público que o candidato ausente foi convidado, mas declinou comparecer. O púlpito do candidato que eventualmente não comparecer será removido, e o outro será entrevistado por uma hora.”

Em entrevista, o candidato Guilherme Boulos criticou Ricardo Nunes pela ausência: “Mais uma vez, o Ricardo Nunes fugiu. Ele já havia, durante três anos e meio, fugido das responsabilidades de prefeito; só veio trabalhar em período de eleições. Agora, nesta semana, fugiu de sua responsabilidade em relação ao apagão, jogando sempre para os outros, nunca assumindo seus erros, e hoje foge do debate porque tem medo de bater ideias […] São Paulo não aceita covarde, São Paulo despreza covarde”, disse o político.

Boulos ainda afirmou que Nunes se esconde atrás do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos): “É lamentável ele [Ricardo Nunes] se esconder embaixo da saia do Tarcísio, o que mostra que meu adversário nesta campanha não é o Ricardo Nunes; Ricardo Nunes é um fantoche que representa interesses políticos de um projeto do governador, que quer ter sua base aqui na capital para usar como ‘trampolim’ para deixar o governo e tentar a presidência.”

O candidato do PSOL ainda mencionou que o atual prefeito de SP já cancelou o compromisso no debate do SBT e fez questão de salientar: “Fugiu mais uma vez.”

Apagão em SP: Boulos culpabiliza Enel e Ricardo Nunes

Quando questionado pela mediadora Fabíola Cidral, do UOL, se a crise elétrica teria acabado, Boulos culpou a Enel e Ricardo Nunes (MDB) pelo colapso após o temporal. “Essa crise de apagão em São Paulo só vai acabar quando tirarmos a Enel daqui e o Ricardo Nunes da prefeitura. Porque esse apagão tem uma mãe e um pai; a mãe é a Enel, uma empresa horrorosa que presta um serviço péssimo e que é uma excelente resposta para aqueles que acreditam que a privatização é a solução para tudo e o pai Nunes”, pontuou.

Até o último boletim emitido pela Enel, cerca de 100 mil imóveis na Grande São Paulo continuavam sem energia após o apagão. Diante disso, Boulos fez questão de não isentar Ricardo Nunes da responsabilidade, criticando duramente o atual prefeito e expondo um documento que comprovaria que Nunes isentou a Enel da responsabilidade de “podar árvores em São Paulo”.

“Quem tem que fiscalizar se a Enel está cumprindo é a ARSP (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), e vocês sabem disso. Ninguém comenta, então, temos que trazer à tona, porque, perto das eleições, querem jogar para baixo do tapete essas responsabilidades. Como há esse consórcio entre Ricardo Nunes e Tarcísio, querem iludir a população […] A responsabilidade é dividida 50/50 entre a Enel e Ricardo Nunes”, afirmou o candidato.

A jornalista Flávia Lima, do Jornal Folha de S. Paulo, seguiu o tema do apagão, trazendo uma afirmação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, um dos apoiadores do candidato do PSOL, que estava disposto a renovar o contrato com a Enel.

Em contrapartida, Boulos disse que Lula “não estava nem mal-informado nem equivocado": "Porque se você, Flávia, ouvir a fala completa do presidente, verá que ele se dispôs a discutir a renovação se a Enel fizesse os investimentos, o que não fez […] Então, essa tentativa de jogar a responsabilidade para o governo federal não cola.”

Em seguida, Raquel Landim, do UOL, mencionou o encontro do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, com o presidente da Enel, Guilherme Lencastre, tratando de contratos com a empresa de energia em viagem na Itália.

“Agora, eu [Boulos] fico, Raquel, com esse esforço de parte de vocês [imprensa] de querer jogar um apagão, que o governo federal não tem nenhuma responsabilidade, no colo dele. E o Lula que deveria podar árvore em SP… parece uma tentativa de reproduzir um discurso desesperado de Ricardo Nunes, que não está aqui, desrespeitando vocês”, comentou.

O comentarista Kennedy Alencar, da RedeTV!, questionou como não renovar essa concessão, já que o documento assinado é para durar 30 anos e estamos em 2024: "Se eleito, o que você pretende fazer?"

“A provocação precisa vir da Enel, e o objetivo hoje é o que o governo federal está fazendo. O ministro de Minas e Energia vem fazendo isso sistematicamente desde o início do apagão […] O prefeito de São Paulo se comporta como alguém ‘nanico’, que foge até de debate, alguém pequeno e que não está à altura do cargo, não assume as suas responsabilidades e não será atendido pela Enel”, explicou Guilherme Boulos.

Aterramento de Fios e Mudanças Estruturais

Matheus Tupina, da Folha de S. Paulo, questionou o que Boulos faria de diferente de Nunes caso fosse eleito. O candidato do PSOL afirmou que traria inovação e tecnologia para que o serviço de poda em São Paulo “seja zerado e com fila zero”. Além disso, ele recuperaria profissionais qualificados que foram desligados para desenvolver essa atividade e, por fim, trabalharia no enterramento dos fios “mapeando a cidade” para torná-la mais segura.

“Não é possível colocar um número abstrato sem termos um mapeamento técnico das regiões mais vulneráveis para evitar apagões. Não vamos fazer aterramento de fios apenas para o embelezamento da cidade; precisamos fazer isso com urgência para evitar novos apagões”, exemplificou.

O jornalista Kennedy Alencar também questionou qual orçamento seria usado para essa mudança estrutural. “Isso vai precisar de parcerias, mas aumento na conta de luz, de jeito nenhum. Taxar a população, como quer Ricardo Nunes, de jeito nenhum; a população já paga muito. Aliás, a conta de luz cobrada pela Enel em SP é uma vergonha […] Então, qual é o caminho para avançar no enterramento de fios? Utilizar parte dos recursos próprios da prefeitura e também cobrar que a Enel assuma sua responsabilidade, destinando parte do que já cobra dos consumidores, sem qualquer tipo de aumento”, afirmou o deputado federal.

Apoio e relação com Partido dos Trabalhadores (PT)

Guilherme Boulos, ao ser questionado por Raquel Landim, do UOL, sobre a parceria com o presidente Lula e o PT, disse: “Tenho o apoio do presidente Lula com muito orgulho, tenho a Marta como vice, e neste momento estou preocupado em derrotar o candidato do Bolsonaro e do apagão em São Paulo, não com ‘fofoca’. Acho que ‘fofoca’ para mim não faz diferença alguma no processo eleitoral. Tenho contado com o PT de maneira muito presente na minha campanha e sou grato pela militância do Partido dos Trabalhadores, assim como a do PSOL, PSDB, PV, Rede, PDT, PSB, PMB e todos os que nos apoiam”, comentou.

Boulos também deixou claro que, apesar de sua atuação nos movimentos sociais, nunca foi requisitado para se tornar ministro.

Ainda na sabatina, Guilherme Boulos, do PSOL, analisou sua dificuldade em dialogar com empreendedores no primeiro turno, reconhecendo uma falha de comunicação com esse público.

“Não dialogamos com um setor importante dos trabalhadores. Muitas vezes, meu campo político, de esquerda, de combate à pobreza e desigualdade, acaba focando em uma parcela dos trabalhadores mais pobres e deixa de falar com aqueles que buscam prosperidade de outra forma, como MEIs e motoristas de aplicativos”, afirmou.

“Datafolha foi a pesquisa mais fora da curva de todas”

Sobre a corrida eleitoral no segundo turno, o psolista foi questionado sobre estar em segundo lugar na pesquisa de intenção de votos do Datafolha e disse que “foi a pesquisa mais fora da curva de todas”, pontuando que candidatos de “mudança” como Pablo Marçal e Tabata Amaral também foram subestimados.

“Precisamos ter em mente, inclusive foi noticiado ontem, que o Datafolha foi a pesquisa mais fora da curva de todas. Todas as outras apontam uma diferença de 13, 12 ou 11 pontos, enquanto o Datafolha apontou uma margem muito maior […] Independente disso, não sou comentarista de pesquisa; sou candidato a prefeito de São Paulo para apresentar propostas para vocês”, opinou.

Ao final, Guilherme Boulos (PSOL) fez suas considerações, divulgando o 'Poupatempo da Saúde' e atacou novamente o atual prefeito.

“Essa entrevista que vocês viram era para ter sido um debate. Meu adversário, hoje, caiu a máscara; ele fugiu, mostrou o covarde que é, alguém que já havia fugido de suas responsabilidades em três anos na prefeitura, alguém que fugiu de suas responsabilidades no apagão e que é incapaz de reconhecer um erro, como mostrei aqui […] São Paulo não aceita covarde, São Paulo despreza covarde; por isso, peço essa resposta nas urnas, apesar da ausência do fujão”, finalizou.

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