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Filha de médico citado em laudo falso de Marçal diz que assinatura do pai é falsa

Redação RedeTV!

José Roberto de Souza, médico que supostamente assinou documento, morreu em 2022 e a filha alega que ele nunca trabalhou na clínica em questão

(Foto: Montagem RedeTV! com reprodução das redes sociais)

Aline Souza, filha de José Roberto de Souza, médico que supostamente assinou o laudo fake divulgado por Pablo Marçal, afirmou que a assinatura usada no documento sobre Guilherme Boulos (PSOL) é falsa. A médica disse que o pai nunca trabalhou na clínica "Mais Consultas", no bairro Jabaquara, como consta no laudo, e nem na capital paulista.

Em entrevista à TV Globo, a filha relatou que o médico já estava debilitado na data mostrada no documento e que não fazia mais atendimento. Outro filho de José Roberto de Souza, disse à TV Globo que o pai já estava recluso.

“Aconteceu uma coisa um tanto quanto absurda no meio dessas campanhas políticas. Não sei o por que e em qual contexto foi usado o nome e o CRM do meu pai pelo Pablo Marçal. A questão é muito grave, não sei até que ponto e por que usar a identidade de uma pessoa que nem está aqui”, afirmou Aline em vídeo divulgado neste sábado (5).

Aline relatou também que a única ligação do médico com a capital paulista era por conta dela e do irmão, pois ela fazia faculdade de medicina em São Paulo e o irmão residência médica.

Após a morte do pai, em forma de homenagem, Aline tatuou a assinatura do médico e notou que é diferente da usada no documento de Marçal. Segundo a filha, José sempre usou a mesma assinatura para tudo. 

"Eu era muito ligada ao meu pai e ele sempre fez a mesma assinatura para tudo. Sempre era assinatura, e nunca fazia visto. Sempre assinou igual nos documentos dele, a vida inteira. E eu sempre gostei muito da assinatura, tanto que com a perda dele eu quis registrar essa assinatura em uma tatuagem na região da costela. Fiz ano passado, um ano após a morte. A assinatura [no documento de Marçal] é completamente diferente da dele”, completou Aline durante a entrevista.

Indignada, a filha do médico não consegue entender como o nome do pai dela acabou caindo em um documento como esse. ”Não entendo como foi cair o nome e CRM do meu pai. Não entendi até porque meu pai não estava ligado em questões políticas, nunca esteve. É descabível usar o nome de quem nem está mais aqui para se defender. Sempre foi uma pessoa íntegra. Não sabia nem mexer no computador. Já tinha 82 anos e não escrevia daquela forma [que está no documento apresentado por Marçal]. Foi o que eu e meus irmãos vimos. Não tem nada, zero perfil do pai ali [no documento]”, relatou.

"Meu irmão mais novo, que mora em Campinas e que sempre acompanhou meu pai nas internações, tem conversas de WhatsApp com meu pai nessa data que mostra o laudo do Marçal, e prova que ele [pai de Aline] estava em Campinas. Impossível ele estar em outros lugares. Ele estava em Campinas, na casa dele, na data que o laudo aponta. Na conversa, o meu irmão ainda fala: pai, vai descansar’’, finalizou Aline.

Segundo o portal G1, a família está assustada e analisará se irá processar o candidato Pablo Marçal.

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