07/05/2015 16:31:00 - Atualizado em 07/05/2015 16:38:00

Médico russo retirou o próprio apêndice em 1961 e sobreviveu

Redação RedeTV!
Procedimento durou cerca de duas horas (Foto: Leonid Rogozov)

O doutor russo Leonid Rogozov teve uma crise de apendicite em uma partes mais remotas do mundo, enquanto fazia parte de uma expedição soviética para estabelecer uma nova estação na Antártica no final abril de 1961. Só para chegar até lá, o grupo viajou durante 36 dias pelo mar, o que tornava a volta para um hospital impossível. A solução de Rogozov? Retirar ele mesmo seu apêndice.

Único médico da expedição, o russo começou a passar mal e se sentir fraco, com uma dor no lado direito do abdome. Seu primeiro instinto foi esconder a condição de seus colegas. "Eu não falei sobre isso. Estou até sorrindo. Por que assustar meus amigos? Quem poderia ajudar? A única experiência de um explorador com medicina deve ter sido na cadeira do dentista", escreveu o médico em seu diário.

Com medo do órgão explodir a qualquer momento, Rogozov tomou a decisão de fazer ele mesmo a operação. No dia 1º de maio daquele ano, ele orientou seus colegas a esterelizarem uma sala. O médico decidiu não usar luvas de borracha e mal olhou para o espelho. O procedimento durou cerca de duas horas, com o Rogozov tirando curtos intervalos de 25 segundos a cada cinco minutos quando ele sentia que ia ficando mais fraco. "Eu trabalhei sem luvas. Foi difícil ver. O espelho ajuda, mas também engana - afinal de contas, ele mostra as coisas invertidas. Eu trabalhei usando muito o toque", relatou.

Apesar de ter sobrevivido, Rogozov cometeu um pequeno erro: machucou um pouco o começou do intestino grosso, que depois teve que ser costurado. Apesar disso, ele diz que quando achou o apêndice, teve certeza de que tinha tomado a decisão certa. Relembrando o momento, o médico escreveu: "Finalmente, ele está aqui, o apêndice amaldiçoado! Com horror eu notei a mancha negra em sua base. Isso significa que um dia a mais e ele teria estourado".

Rogozov trabalhou em diversos hospitais de São Petersburgo e morreu em 2000 aos 66 anos de câncer no pulmão.

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