O que se sabe sobre a variante do coronavírus no Reino Unido?
AnsaEspecialistas garantem que vacinas são eficazes contra nova cepa
Uma pessoa usando uma máscara facial passa por uma loja de souvenirs fechada na rua Oxford, durante o novo lockdown na Inglaterra, em Londres - (Foto: AP Photo/Matt Dunham)
Uma variante do coronavírus Sars-CoV-2 tem deixado pesquisadores e autoridades em alerta por todo a Europa desde o anúncio do Reino Unido de que a nova cepa era transmitida de maneira mais rápida em até 70%.
Desde então, inúmeros países fecharam suas fronteiras aéreas e/ou marítimas com o território britânico para evitar que a mutação se espalhasse também para outros países. Mas, porque essa mutação está chamando tanto a atenção se é normal que vírus sofram mutações constantes?
Segundo os britânicos, os temores com essa variante, chamada de H69/V70, tem como foco a rápida disseminação dela - que já superou a mutação anterior em Londres e no sudeste da Inglaterra - e a possibilidade de que essa alteração afeta partes importantes da estrutura do vírus.
Dados do Centro Europeu para Controle de Doenças (ECDC), a nova cepa circula desde novembro - o Reino Unido fala em detecção no país em setembro - e os três primeiros casos confirmados dela fora do território da Inglaterra (na Austrália e na Dinamarca) têm ligações com o foco de Londres.
"Já é verificada uma difusão internacional, mesmo que não se conheça a extensão", publicou a entidade em nota. A Itália também já identificou um primeiro caso ligado a uma pessoa que voltou recentemente de Londres, assim como os Países Baixos, Bélgica e África do Sul.
Para a ECDC, "não há indicações no momento de uma maior gravidade da infecção ligada a essa nova mutação", mas o órgão ressalta que a fase de transmissão ocorreu em um período do ano em que "tradicionalmente, aumentam os contatos familiares e sociais".
"Dada a atual falta de dados sobre essa nova variante que se difundiu fora do Reino Unido, servem esforços tempestivos para prevenir e controlar a difusão", pontua ainda a entidade, pedindo aos europeus para notificarem imediatamente casos da mutação no sistema da União Europeia.
Até o momento, porém, o ECDC não acredita que a H69/V70 provoque alterações capazes de tornar ineficazes as vacinas contra a Covid-19, que já estão sendo aplicadas em diversos países.
Mutações comuns
As alterações do vírus são comuns e já esperadas conforme ele contamina mais e mais pessoas.
Atualmente, a principal mutação do Sars-CoV-2 havia ocorrido na Europa em fevereiro: o vírus que veio da China sofreu uma alteração, chamada de mutação G614, e tornou-se mais contagioso do que a "versão" asiática, virando a cepa mais incidente no mundo todo.
Conforme as primeiras informações, a H69/V70 já havia sido identificada anteriormente, incluindo no organismo nos visons abatidos na Dinamarca, mas não tinha se espalhado rapidamente entre humanos. Agora, os cientistas buscam mais dados para entender a alteração.
Se a alteração seguir o "roteiro" da G614, o maior impacto será na proliferação da doença do que na mortalidade. Porém, ainda serão necessários estudos mais aprofundados.
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