12/08/2015 19:19:00 - Atualizado em 12/08/2015 20:09:00

Cientistas descobrem enzima "Pac Man": ela come a nicotina e pode ajudar fumantes a abandonarem o vício

Redação RedeTV!


(Foto: Reprodução/Dennis Kunkel Microscopy, INC/Visuals Unlimited/Corbis)

Um estudo feito pelo "The Scripps Research Institute", nos Estados Unidos, pode ter encontrado uma nova arma no combate ao vício em nicotina, e ela age como um Pac Man, um dos videogames mais conhecidos pelo mundo. A enzima bacteriana NicA2 impede que a nicotina chegue ao cérebro, o que reduz a “recompensa” — prazer — associada a hábitos de tabagismo persistentes e recaídas.

O professor de química Kim Janda é o autor do estudo e admitiu que a pesquisa ainda está em fase inicial de desenvolvimento, mas os resultados até agora são promissores. A enzima já demonstrou que tem as propriedades necessárias para servir como uma terapia anti-tabagista e também oferece uma alternativa para os fumantes que desejam cortar o vício. Estudos têm mostrado que as terapias atuais falham com cerca de 80% a 90% dos fumantes.

“A bactéria é como um pequeno Pac-Man: ela come a nicotina”, explica o professor.

Ao consumir a nicotina absorvida por um fumante antes que ela chegue ao cérebro e este entregue a desejada “recompensa”, a enzima pode oferecer uma melhoria significativa sobre as opções existentes de tratamento contra o tabagismo, como chicletes, adesivos e pílulas.

Segundo o "Journal of the American Chemical Society", os pesquisadores testaram as qualidades terapêuticas da enzima. Primeiro, eles combinaram uma amostra de sangue com uma dose de nicotina equivalente à encontrada em um cigarro. Ao adicionarem a enzina, seu "tempo de vida" caiu de duas a três horas para apenas 9 a 15 minutos. 

Em seguida, os pesquisadores testaram novamente a enzima para ver se ela poderia ser inserida em um medicamento anti-tabagismo. A enzima permaneceu estável em um laboratório por mais de três semanas a 36° Celsius, o que, de acordo com Janda, é um resultado “bastante notável”. Depois que a enzima “comeu” a nicotina, também não restaram sobras metabólicas tóxicas.

Kim disse que o próximo passo será alterar a composição bacteriana da enzima, o que irá ajudar a diminuir os possíveis problemas imunológicos e maximizar seu potencial terapêutico.

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