Traficante que posou para foto com caveirão é morto em operação da PM no Rio
Arthur Henrique - Redação/RedeTV!'Rei do Fumo' foi apontado pela polícia como gerente do tráfico do Complexo em Madureira
Traficante posou para foto com caveirão - (Foto: Reprodução)
Um dos traficantes identificados como um dos criminosos que posaram para fotos na frente e dentro de um caveirão da PM na Serrinha, Rio de Janeiro, foi morto durante uma operação do 9º BPM (Rocha Miranda) na favela. Edno Rodrigo Ferreira Marçal, conhecido como 'Rei do Fumo', foi apontado pela polícia como gerente do tráfico do Complexo em Madureira.
Edno foi identificado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Em agosto, as imagens desencadearam uma investigação que levou a denúncia de nove PMs à Justiça.
Outro homem, Wallace Martins Leite, foi morto durante a ação na tarde da última segunda-feira (30). De acordo com os policiais presentes na operação, criminosos armados atiraram nos agentes quando chegaram na Rua Mestre Darcy do Jongo. Houve tiroteio e um policial foi atingido por estilhaços, mas seu estado de saúde é estável.
Os criminosos foram levados pelos PMs para o Hospital estatual Carlos Chagas, poré, ambos chegaram à unidade mortos. A PM apreendeu dois fuzis na operação.
Traficante era conhecido como 'Rei do Fumo' - (Foto: Reprodução)
MP-RJ denuncia PMs por ligação com o tráfico
"O Rei do Fumo" aparece em uma das imagens investigadas na frente de um caveirão, sorrindo e segurando um fuzil igual ao apreendido na ação em que foi morto. A foto é de janeiro de 2014, data em que foi aberta investigação sobre a ligação de policiais militares com o tráfico de drogas na Serrinha Jorge turco e no Complexo da Pedreira.
Traficante posou para foto com caveirão - (Foto: Reprodução)
Após as investigações que envolveram a Corregedoria da PM, a Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), nove agentes do 9º Baralhão da Polícia Militar Rocha Miranda acabaram denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiropor receberem propina do tráfico nos morros. Em troca, os policiais avisavam quando haveria operações do batalhão nas comunidades.
Sete, dos nove PMs denunciados, são oficiais do 9º BPM Rocha Miranda. Oito responderão pelos crimes de associação criminosa e corrupção passiva. O outro foi acusado de associação para a produção e tráfico e condutas afins. Todos foram suspensos por uma decisão da juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do RJ. A magistrada concluiu que os agentes "expuseram a perigo uma viatura policial", ao permitir que traficantes posassem na frente a um caveirão e a um carro da PM, armados.
No processo, foram divulgados os nomes dos réus pelos crimes. São eles: majores André Luiz Oliveira de Albuquerque e Rodrigo Lavadeira Pereira, capitães Bruno Borges Vidal, Marcelo Baptista Pereira e Rodrigo Antunes Vieira, os tenentes Adriana da Silva Góes Vista e Paulo Rodolpho Batista de Oliveira e os sargentos Flávio Fagundes Padiglione e Robson Avelino de Lima.
Ao longo das investigações, a Corregedoria da Polícia Militar descobriu que agentes do batalhão se comunicavam com os traficantes por meio do app BlackBerry Menssage (BBM), e teve acesso às conversas. Os diálogos expõem tratativas a respeito dos pagamentos de propinas e repasse de informações do BPM aos bandidos. Por uma decisão da Justiça Militar do RJ, em junho 2016, foi concedida "a quebra e prorrogação da quebra do sigilo telefônico dos números elencados no pleito". Além disso, a juíza Ana Paula Barros "determinou a quebra e a prorrogação da interceptação dos dados/mensagens enviadas e recebidas por meio dos terminais BackBerry".
Com a interceptação, ainda descobriu-se que os oficiais envolvidos no esquema cobravam também propina de agentes subalternos para serem transferidos de batalhão.
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