25/01/2019 17:50:00 - Atualizado em 25/01/2019 18:02:00

Responsável por barragem em Brumadinho, Vale ainda responde por tragédia em Mariana

Redação/RedeTV!

Rompimento barragem de Brumadinho (Foto:Reprodução)

A Vale, responsável pela barragem que se rompeu em Brumadinho nesta sexta-feira (25), em Minas Gerais, ainda responde na Justiça pela tragédia ocorrida na cidade de Mariana - que matou 19 pessoas. Isso porque a empresa é uma das donas da Samarco, que, junto com a BHP, administrava a barragem do Fundão.

Junto da Samarco e da BHP, a empresa enfrenta uma ação judicial por homicídios e crimes ambientais. Até o final de 2018, o processo seguia em andamento, mas os réus ainda não haviam sido julgados. 

Em outubro do ano passado, as três empresas ainda fizeram um acordo com o Ministério Público para pagar indenizações para as famílias das pessoas que morreram na tragédia e àqueles que tiveram suas propriedades destruídas.

Após o novo desastre, as ações da Vale despencaram mais de 7% na bolsa de valores de Nova York.

Desastre de Mariana

A tragédia de Mariana completou três anos em 2018. Na ocasião, uma barragem da mineradora Samarco se rompeu liberando rejeitos de mineração no ambiente. No episódio, 19 pessoas morreram e comunidades foram destruídas. Houve também poluição da bacia do Rio Doce e devastação de vegetação. A ação criminal tramita na Justiça Federal de Ponte Nova (MG) desde novembro de 2016, quando foi aceita a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF).

Em 2017, o juiz chegou a manter a tramitação do processo suspensa por mais de quatro meses para verificar alegações feitas pelas defesas de Ricardo Vescovi e Kleber Terra. Eles pediam a anulação da ação, sob o argumento de que foram usadas provas ilegais, como escutas telefônicas que teriam sido feitas fora do período determinado judicialmente. Em novembro de 2017, o magistrado considerou a solicitação improcedente e determinou a retomada do trâmite.

Procurado pela Agência Brasil, o MPF disse em nota que espera pela marcação dos depoimentos das testemunhas de defesa. "Não é possível prever uma data para conclusão do julgamento", acrescenta o texto. A denúncia apresentada em 2016 pede que os réus sejam submetidos ao júri popular. Além do processo criminal, o MPF também moveu uma ação civil pública voltada para a reparação ambiental e socioeconômica, onde estima os prejuízos da tragédia em R$ 155 bilhões.

No mês passado, houve um acordo com as mineradoras, que envolve mudanças na condução das ações em curso, o que implicará na extinção de pedidos que constavam na ação civil pública.

Em 2015, barragem se rompeu em Mariana (Foto:Agência Brasil)

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