Policial que usou farda para pedir namorado em casamento na Parada LGBTI+ é investigado pela PM
Stéfanie Rigamonti/RedeTV!O soldado havia pedido permissão para realizar o ato, mas a corporação negou
(Foto: Reprodução/Instagram/Daniel Arroyo)
A Polícia Militar está investigando a conduta do soldado Leandro Prior, de 28 anos, que pediu o namorado, Elton da Silva Luiz, de 26, em casamento no último domingo (23), durante a Parada LGBTI+, em São Paulo (SP). O policial usava a farda da corporação quando fez o pedido.
Antes do evento, Leandro tinha solicitado à PM para usar sua farda a fim de realizar o pedido de casamento, mas acabou tendo seu requerimento negado. A justificativa era de que, conforme regulamento interno, policiais não podem usar "fardamento" em manifestações quando estão de "folga".
A escala de trabalho do policial, contudo, foi modificada e Leandro Prior acabou tendo que trabalhar no domingo (23). Foi então que, já fardado, teve a ideia de ir até o Largo Coração de Jesus, ao lado de uma base da Polícia Militar na região da Luz, e fez o pedido de casamento a seu namorado, um produtor.
O ato foi filmado por uma cinegrafista e divulgado nas redes sociais de Leandro. O vídeo, que mostra o soldado se ajoelhando com um par de alianças nas mãos para fazer o pedido e depois beijando o companheiro, acabou viralizando.
O gesto de romantismo, contudo, está causando dor de cabeça a Leandro Prior. Segundo nota da Polícia Militar de São Paulo, o ato é objeto de análise da corporação. “Todas as circunstâncias relativas às condutas do Soldado PM Leandro Prior, que estava de serviço neste domingo (23), na região conhecida como Cracolândia, serão objeto de análise pelo seu respectivo Comando de Área”, informa a assessoria de imprensa da instituição.
Mensagens de ódio
Além de ser alvo de investigações, Leandro Prior também vem sofrendo com ameaças e discursos de ódio contra ele. O soldado denunciou as mensagens à Corregedoria da PM de São Paulo, já que teriam sido enviadas por policiais.
"Bichona filho da p* pede baixa [exoneração], seu viadão do c*. Vou te caçar atrás, te catar, te encontrar e vou te quebrar todo seu viado do c*", escreveu um homem que se identificou como policial. “Vou te caçar e vou te ensinar a virar homem na porrada, seu filho da p* do c* (...) Viado filho da p*, você não vai desonrar a minha gloriosa PMSP [Polícia Militar de São Paulo]”, continuou a mensagem.
Sobre as ameaças, a assessoria de imprensa da PM-SP informou que a Corregedoria está investigando o caso. "A Polícia Militar esclarece que todas as circunstâncias relativas aos fatos estão sendo apuradas, inclusive o suposto relatório da corporação que circula pela web. A Corregedoria da PM investiga as ameaças contra o Soldado PM Prior", diz a corporação em nota.
O "suposto relatório" a que a instituição se refere são documentos que estão circulando na internet e que são atribuídos à Polícia Militar. Neles, há justificativas sobre por que o soldado será investigado. De acordo com o material, Leandro não poderia ter pedido o namorado em casamento fardado porque estava em serviço.
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