Mulher denuncia racismo após ser acusada de furto em farmácia na Bahia
Redação/RedeTV!Maria Angélica Calmon, de 54 anos, relatou caso no Facebook
(Foto: Reprodução/Facebook)
Moradora de Salvador (Bahia), Maria Angélica Calmon, de 54 anos, afirmou ter sido acusada de furtar um produto em uma farmácia no Salvador Shopping e gerou reações nas redes sociais. Ela relatou o caso no último domingo (5), mas contou que a situação ocorreu em 17 de abril de 2019.
Na publicação, Maria Angélica narra que entrou no estabelecimento para encontrar a mãe, filha e neta, que estavam comprando remédios no local, e começou a circular pela loja olhando os produtos. Elas pagaram pelos medicamento e as quatro deixaram o local.
Cerca de duas horas depois, no entanto, a mulher foi abordada por uma pessoa que se identificou como funcionário da drogaria e fez a acusação. "Achei que era uma brincadeira, uma pegadinha de algum conhecido. Ainda falei para ele que era uma brincadeira de mau gosto, mas quando o sujeito falou que não, eu disse que ele devia estar me confundindo", escreveu Maria. "Então, ele respondeu que tinha certeza, pois tinha me visto através das câmeras da farmácia. Percebi que não era brincadeira, e sim, algo sério. Nesta altura, minha neta estava apertando a minha mão com os olhos esbugalhados de medo. Perguntei para o sujeito se ele tinha ciência que estava me constrangendo por algo que tinha certeza absoluta de não ter feito, e ele tornou a repetir: "nós vimos nas câmeras"."
"Olhei para os lados e não vi nenhum segurança. A vontade que tinha era de me livrar depressa daquela situação vexatória, parecia que todos estavam nos olhando. Afirmei novamente: "moço, eu não peguei nada, minha mãe comprou um remédio e pagou, o senhor está me caluniando e me constrangendo em praça pública; o senhor quer ver minha bolsa?" Ele disse: "quero"", continua ela, acrescentando que pediu para uma pessoa próxima ser testemunha daquela abordagem acusatória.
"Abri a bolsa, coloquei tudo no chão, de forma que ele pudesse ver todo o conteúdo da minha bolsa. Quando ele viu que não tinha nada, disse para mim: "não precisava disso e saiu em disparada". Nesse momento, saí do sério e comecei a gritar: "seu racista, mentiroso, preconceituoso, vou processar vocês, isto é crime de injúria e calúnia"", completou.
Maria Angélica ainda relatou que pediu as imagens das câmeras de segurança, que supostamente teriam registrado o tal furto, mas a solicitação foi negada. Além de prestar queixa ao departamento de atendimento ao cliente do shopping, a vítima ainda disse ter entrado com um processo criminal.
Para ela, a situação ocorreu por conta da sua cor de pele e afetou sua autoestima. "Esperei passar o susto, melhorar o meu estado emocional, recuperar a minha autoestima, que estava em frangalhos, para compartilhar esta tragédia racista e caluniosa, que aconteceu comigo e a minha neta de sete anos", escreve. "Confesso que não é fácil, me expor desta forma, mas depois de refletir muito sobre o assunto, ter visto outros episódios de preconceito, enxerguei a necessidade de tornar público o ocorrido, de deixar a vergonha de lado e exercer o meu direito de cidadã e, assim, evitar que outras pessoas passem pela situação vexatória, humilhante e preconceituosa ao qual fui vítima, junto com a minha neta. Crime como este, acontecem todos os dias, não podem ficar impunes, temos que denunciar, fazer barulho!".
Em nota, a farmácia disse discordar da atitude do funcionário e afirmou que o comportamento dele "não reflete de forma alguma os valores da Drogasil".
"Pedimos desculpas à Sra. Angélica e informamos que a empresa está concluindo as averiguações e tomará as providências para que o fato não se repita", diz o comunicado, que ainda acrescenta que a empresa "preza pela ética e as relações de confiança e respeito, e valorizam o ser humano dentro e fora da empresa".
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