MP-RJ denuncia PMs por ligação com o tráfico; fotos mostram bandidos em frente a um caveirão
Stéfanie Rigamonti/RedeTV!O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu suspender as atividades dos denunciados
(Foto: Reprodução)
Fotos de traficantes com fuzis em frente a um caveirão e a uma viatura no Largo da Raia, dentro do morro da Serrinha, no Rio Janeiro, foram divulgadas nesta quinta-feira (15). As imagens são referentes a janeiro de 2014, data em que foi aberta investigação sobre a ligação de policiais militares com o tráfico de drogas na Serrinha Jorge turco e no Complexo da Pedreira.
Após as investigações que envolveram a Corregedoria da PM, a Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), nove agentes do 9º Baralhão da Polícia Militar Rocha Miranda acabaram denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por receberem propina do tráfico nos morros. Em troca, os policiais avisavam quando haveria operações do batalhão nas comunidades.
Sete, dos nove PMs denunciados, são oficiais do 9º BPM Rocha Miranda. Oito responderão pelos crimes de associação criminosa e corrupção passiva. O outro foi acusado de associação para a produção e tráfico e condutas afins. Todos foram suspensos por uma decisão da juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do RJ. A magistrada concluiu que os agentes "expuseram a perigo uma viatura policial", ao permitir que traficantes posassem na frente a um caveirão e a um carro da PM, armados.
(Foto: Reprodução)
No processo, foram divulgados os nomes dos réus pelos crimes. São eles: majores André Luiz Oliveira de Albuquerque e Rodrigo Lavadeira Pereira, capitães Bruno Borges Vidal, Marcelo Baptista Pereira e Rodrigo Antunes Vieira, os tenentes Adriana da Silva Góes Vista e Paulo Rodolpho Batista de Oliveira e os sargentos Flávio Fagundes Padiglione e Robson Avelino de Lima.
Ao longo das investigações, a Corregedoria da Polícia Militar descobriu que agentes do batalhão se comunicavam com os traficantes por meio do app BlackBerry Menssage (BBM), e teve acesso às conversas. Os diálogos expõem tratativas a respeito dos pagamentos de propinas e repasse de informações do BPM aos bandidos. Por uma decisão da Justiça Militar do RJ, em junho 2016, foi concedida "a quebra e prorrogação da quebra do sigilo telefônico dos números elencados no pleito". Além disso, a juíza Ana Paula Barros "determinou a quebra e a prorrogação da interceptação dos dados/mensagens enviadas e recebidas por meio dos terminais BackBerry".
Com a interceptação, ainda descobriu-se que os oficiais envolvidos no esquema cobravam também propina de agentes subalternos para serem transferidos de batalhão.
Ao portal da RedeTV!, a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que as fotos que circulam na imprensa foram divulgadas pelo Ministério Público do RJ, e disse que só vai se posicionar após à conclusão do caso.
(Foto: Reprodução)
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