Lava Jato: PF apura pagamento de propina do Grupo Petrópolis
Agência Brasil com Redação/RedeTV!Operação Rock City é realizada em 15 municípios
A Polícia Federal (PF) investiga o pagamento de propinas disfarçadas de doações eleitorais pelo Grupo Petrópolis, na 62ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nessa quarta-feira (31). De acordo com a PF, o grupo também teria auxiliado a empreiteira Odebrecht a pagar valores ilícitos, por meio da troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior.
A operação denominada Rock City é realizada em cooperação com o Ministério Público Federal e a Receita Federal. A 13ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná, responsável pela força-tarefa, expediu um mandado de prisão preventiva, cinco mandados de prisão temporária e 33 mandados de busca e apreensão. Eles estão sendo cumpridos em 15 municípios nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Também foi determinado o bloqueio de ativos financeiros dos investigados.
O mandado de prisão preventiva foi emitido para Walter Faria, controlador do grupo Petrópolis. Ele não foi localizado em casa, mas, até o momento, não é considerado foragido pelo Ministério Público Federal (MPF).
“Não é a melhor nomenclatura neste momento. (A pessoa) é foragida quando temos certeza que ela tem conhecimento. Houve busca nos grupos empresariais no qual ele é responsável e não conseguimos alcançá-lo em casa. Não temos certeza que ele tem conhecimento do mandado, mas foram cumpridos mandados na casa dele”, completou o delegado federal Thiago Giavarotti.
Um dos executivos da Odebrecht, em colaboração premiada, afirmou que utilizou o Grupo Petrópolis para realizar doações de campanha eleitoral para políticos de outubro de 2008 a junho de 2014, o que resultou em dívida não contabilizada pela empreiteira com o grupo investigado, no valor de R$ 120 milhões. Em contrapartida, a Odebrecht investia em negócios do grupo.
A suspeita da força-tarefa da Lava Jato é que offshores relacionadas à empreiteira realizavam – no exterior – transferências de valores para offshores do Grupo Petrópolis, o qual disponibilizava dinheiro em espécie no Brasil para realização de doações eleitorais.
Também foi apurado que um dos executivos do Petrópolis utilizou o programa de repatriação de recursos do exterior de 2017 para trazer R$ 1,3 bilhão ao Brasil. Contudo, de acordo com a PF, há indícios de que essa movimentação tenha sido irregular e que os recursos seriam provenientes da prática de “caixa dois” na empresa.
Para a PF, o esquema desenvolvido com o Grupo Petrópolis é uma das engrenagens do aparato montado pela Odebrecht para movimentar valores ilícitos.
O nome da operação traduzido para o português é "Cidade de Pedra”, significado que remete ao nome do grupo investigado.
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