Isolado em aldeia de índios, fotógrafo se "assusta" ao descobrir o coronavírus
Redação/RedeTV!Paulo Mumia estava a trabalho no sul do Amazonas
Sem acesso às notícias, o carioca desconhecia a pandemia (Foto: Paulo Mumia)
O fotógrafo Paulo Múmia viveu uma situação digna de filme no final de março. Isolado em uma aldeia de índios no sul do Amazonas para uma sessão de fotos, ele não fazia ideia de como a pandemia do coronavírus (Covid-19) mudou a rotina dos brasileiros.
Paulo, que trabalha no Museu da Funai, iniciou a viagem de retorno ao Rio de Janeiro, que demora quatro dias, em 23 de março. Logo na primeira parada, em um posto flutuante na cidade de Canutama, pôde entender a nova realidade.
“(Fomos) avisados de que não podíamos descer, pois a cidade se encontrava em quarentena, fomos recebidos pela Polícia Federal e por uma equipe médica, todos mantendo distância”, explicou.
O carioca, então, explicou que ele e sua equipe estavam um lugar isolado, sem possibilidade de contaminação pela doença, e foram escoltados pelos policiais até um hotel.
“Eles nos contaram o que estava acontecendo no Brasil e no mundo, um informe geral depois de tantos dias sem contato, soubemos que não era apenas aquela cidade que estava em quarentena, era o mundo inteiro. Foi assustador e surreal saber tudo de uma vez só”, disse.
No dia seguinte seguiram a viagem pelo rio Purus até a cidade de Lábrea, aonde descobriram que todos os hotéis estavam fechados, assim como os voos cancelados, por conta das medidas de isolamento social.
A solução foi pedir ao escritório local da Funai uma “carona” até Porto Velho para poder seguir, no dia seguinte, em uma viagem de avião com três escalas até o Rio de Janeiro.
“Queria descobrir que tudo era um pesadelo e bastava acordar e o mundo seria como antes. Mas eu vivia um pesadelo acordado. O meu Rio de Janeiro de ruas desertas e um silêncio que desconheço. Eu só queria estar em casa. Saí dos isolados e continuo isolado”, lamentou o fotógrafo.
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