Funcionários da Vale são presos em investigação sobre barragem de Brumadinho
Redação/RedeTV! com Agência Brasil(Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República)
Oito funcionários da Vale foram presos na manhã desta sexta-feira (15) em investigação sobre o rompimento da barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais. A operação é realizada em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O pedido das prisões foi feito pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG).
Entre os funcionários, há quatro gerentes e quatro integrantes de equipes técnicas:
Alexandre de Paula Campanha
Artur Bastos Ribeiro
Cristina Heloíza da Silva Malheiros
Felipe Figueiredo Rocha
Hélio Márcio Lopes da Cerqueira
Joaquim Pedro de Toledo
Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo
Renzo Albieri Guimarães Carvalho
Em depoimento à polícia, o engenheiro Makoto Namba, que presta serviços para a empresa alemã TÜV SÜD, contou que se sentiu pressionado por Alexandre Campanha a assinar o laudo de estabilidade da Barragem de Brumadinho. "A TÜV SÜD vai assinar ou não a declaração de estabilidade?", teria questionado Campanha na ocasião.
Todos ficarão detidos por 30 dias e serão ouvidos pelo MPMG em Belo Horizonte. Além dos crimes de homicídio qualificado, eles poderão responder por crimes ambientais e falsidade ideológica.
Estão sendo cumpridos ainda 14 mandados de busca e apreensão nos três estados, incluindo a sede da empresa Vale no Rio. Foram levados pelos agentes documentos e computadores e documentos em diferentes endereços.
Em nota, a Vale informou que continua colaborando com as autoridades responsáveis pelas investigações. “A Vale permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas.”
Há duas semanas, o MPMG, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal conduziram outra ação em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho, que resultou na prisão temporária de três funcionários da Vale responsáveis pelo empreendimento e dois engenheiros terceirizados que atestaram a segurança da barragem. Eles já foram liberados.
Até o momento, o rompimento da barragem deixou 166 mortos e mais de 100 pessoas desaparecidas.