Dez líderes do PCC são detidos em São Paulo
Bárbara Ferreira Santos/Agência EstadoNos documentos há anotações de pagamento de diversos integrantes do PCC, com informações sobre membros do grupo. A polícia encontrou, por exemplo, o registro de um integrante da Vila Madalena, bairro da zona oeste da capital, que havia entregado a mensalidade para seu líder regional. Não foi divulgado o nome do suspeito.
Entre os líderes presos está Marco Trindade da Silva, de 39 anos, conhecido como Marcolinha. Ele atuava na região de Franco da Rocha, na Grande São Paulo. O criminoso tem passagem na polícia por tráfico, roubo e estelionato. Ele estava foragido havia 12 anos. Marcolinha foi preso na frente do barraco onde acontecia a reunião, com uma carteira de habilitação falsa.
Segundo a polícia, outros bandidos podem ter fugido do local durante a operação. Mas não soube informar o número exato de foragidos. Com as informações obtidas por meio dos documentos, os agentes pretendem chegar a outros líderes da facção criminosa.
"A criminalidade é sempre abalada quando são presos líderes. É esse o direcionamento que a polícia vai continuar realizando, grandes operações para que possamos pegar os líderes, sem descuidar da pequena criminalidade", afirmou o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes. "Foi a maior operação do ano da inteligência da polícia."
Para chegar aos criminosos, a polícia monitorou o grupo por cerca de um mês. Na operação de ontem, um veículo não identificado foi levado perto do local onde acontecia a reunião. Os policiais entraram no barraco por volta das 14h30. Não houve resistência dos bandidos. "Não foi trocado nenhum tiro", afirmou o delegado Carlos Alberto da Cunha, da 4.ª Delegacia de Patrimônio do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic).
Os bandidos presos tiveram de ligar para comparsas que estavam a caminho do local. "Quando eles chegaram, foram presos também", afirmou Cunha. "Os telefones deles foram testados, eles estavam se falando. A interligação da organização criminosa era constante. Era uma reunião efetiva (do PCC) e a polícia não tem nenhuma dúvida."
Investigação
O secretário da Segurança Pública afirmou que o Deic investigará também se as quadrilhas de roubo a caixas eletrônicos, especificamente aquelas que atuam com fuzis, têm ligação com o PCC. A investigação será feita com base no material apreendido ontem na reunião dos líderes da facção, em Parada de Taipas.
Segundo Moraes, a polícia vai checar se há vínculo da facção com os três criminosos que foram presos ontem de manhã, pouco antes de tentar estourar um caixa eletrônico.
O trio foi preso com uma banana de dinamite. Nas casas dos acusados, a polícia apreendeu ainda outros dois artefatos. "Nós temos (com o que foi apreendido ontem) como localizar de onde vieram essas dinamites, vários celulares e uma contabilidade extensa para poder chegar aos demais membros das quadrilhas", afirmou Moraes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.