Criminosos de São Gonçalo usaram munição do mesmo lote que matou Marielle, diz jornal
Redação/RedeTV!
(Foto: Reprodução/Instagram)
A munição utilizada na execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes pertenceria a um lote que já foi usado por traficantes de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. A informação é do jornal Extra.
Segundo a publicação, o lote UZZ-18, de calibre 9mm, é o mesmo encontrado pela polícia em um caso de julho de 2015. Na ocasião, traficantes da Favela 590 mataram dois criminosos que faziam parte de uma facção rival.
Um dos nomes envolvidos no caso é o de Cleyton Passos Gomes, conhecido como Cleytinho. Denúncia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro aponta que ele encontrou os rivais quando efetuava roubos ao lado de comparsas. Na ação, ele teria executado Wallace Mendes Araújo e Matheus da Silva Carvalho.
O lote UZZ-18 foi adquirido pela Polícia Federal (PF) em dezembro de 2006. Em seguida, a munição foi distribuída para unidades da própria PF em todo o país.
Caso Marielle
Marielle foi morta após participar um evento que reunia jovens negras, na Lapa, no centro do Rio, na noite de 14 de março. Ela estava com a assessora e o motorista do carro, Anderson Pedro Gomes, que também faleceu, quando o veículo foi emparelhado foi outro e alvejado por ao menos 13 tiros.
A vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça. Anderson, que era casado e tinha um filho pequeno, recebeu pelo menos três disparos nas costas. A assessora acabou atingida por estilhaços e não sofreu ferimentos mais graves.
A perícia apontou que todos os disparos foram efetuados por arma de calibre 9 mm e que a munição utilizada fazia parte de lotes vendidos para a Polícia Federal. Nove cápsulas foram encontradas no local.
A polícia trabalha com a suspeita de execução e acredita que o veículo foi perseguido por cerca de 4 km. As autoridades ainda apuram se um segundo carro teria participado dos assassinatos.
Marielle, de 38 anos, era uma conhecida ativista do movimento negro, defensora de minorias sociais e crítica da violência policial no Rio, além de ter sido a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016. Desde 28 de fevereiro, ela atuava como relatora de uma comissão da Câmara dos Vereadores criada para fiscalizar a intervenção federal no Rio.