Policiais são condenados por mortes de empresário e geólogo, mas vão recorrer em liberdade
Por Luís Adorno/RedeTV!Os responsáveis pelas mortes do geólogo húngaro Nicolau Ladislau Ervin Haralyi e do empresário Antonio Ribeiro Filho, em 2004, em São Paulo e no Guarujá, respectivamente, foram condenados 11 anos depois do crime. O policial militar Nelson Barbosa de Oliveira, a 27 anos de reclusão pela prática de dois homicídios qualificados e formação de quadrilha. Os policiais civis Ezaquiel Leite Furtado e Eduardo Minare Higa, a 13 anos de reclusão, cada um, por homicídio qualificado e formação de quadrilha. Apesar de terem sido condenados ao regime fechado, os três poderão recorrer em liberdade.
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O geólogo Nicolau Ladislau Ervin Haralyi foi morto após descobrir pedras preciosas em uma propriedade do empresário Antônio Ribeiro Filho, que, por sua vez, havia vendido a terra da Agropastoril Cedrobom, que, supostamente, continha as pedras, para o ex-governador Júlio Campos. Mas o imóvel foi registrado em nome de laranjas, de acordo com investigações.
Em júri popular, os jurados acataram a tese de que Nelson Barbosa de Oliveira foi o homem que executou a tiros o geólogo húngaro Nicolau Ladislau Ervin Haralyi na garagem de um prédio na Vila Andrade, na cidade de São Paulo, na manhã de 20 de julho de 2004. Ele também foi considerado culpado pela morte do empresário Antonio Ribeiro Filho, baleado enquanto passeava pela orla do Guarujá na manhã de 5 de agosto daquele ano. A perícia comprovou que os dois crimes foram praticados com a mesma arma. O homem que executou Ribeiro Filho nunca foi identificado.
O empresário estava hospedado em um flat de sua propriedade e durante dias foi observado por Ezaquiel Furtado e Eduardo Higa, que se hospedaram com nomes falsos em um hotel vizinho, no mesmo andar e com vista para o quarto da vítima. A justificativa de que os policiais estavam no Guarujá para realizar uma investigação não oficial sobre um caso de estelionato envolvendo empresa do Centro-Oeste não convenceu os jurados.
De acordo com o promotor de Justiça Rubens Andrade Marconi, o dois crimes estão relacionados e foram premeditados. Pelos assassinatos também foram denunciados e pronunciados Alberto Aparecido Roberto Nogueira e Valdenira Carloto de Alencar, que ainda não foram julgados porque recorreram da sentença de pronúncia. O processo em relação ao ex-governador Júlio Campos ainda será remetido ao I Tribunal do Júri da Capital, uma vez que ele não ocupa mais cargo público e, portanto, deixou de ter foro privilegiado.