Amigas unem paixão pela Vela com conscientização ambiental

(Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Quem pensa que vela é um esporte praticado somente por homens está enganado. As mulheres também estão marcando presença no mar, deixando suas embarcações serem impulsionadas pelo vento. O esporte, que mais rendeu medalhas olímpicas para o Brasil – um total de 19 – vem caindo no gosto feminino e cada vez mais novas velejadores surgem nas competições. 

Uma tendência que pode ser observada na 50ª edição da Semana Internacional de Vela de Ilhabela. Este ano o evento conta com duas equipes formadas somente por mulheres. Uma delas é a V’Elas Sailing Team que, além de se dedicar à competição marítima ainda leva uma mensagem de conscientização ambiental importante. 

De acordo com a idealizadora do projeto, Daniela Sanches, a ideia surgiu quando um grupo de amigas, que já praticavam e vela, resolveu voltar a se reunir para praticar o esporte juntas, em 2022: “A gente montou um barco só de mulheres no ano passado, em 2022. Alugamos um barco para fazer semana de vela do ano passado e foi uma delícia. A vontade de continuar ficou e a gente montou de novo o time esse ano. Dessa vez a gente alugou o barco para o ano inteiro”, explicou. 

Além de Daniela, a equipe V’Elas Sailing Team ainda conta com Isabela Malpighi, que é comandante do time, Marcia Sato, Catarina Robert, Katiana Zednik, Nívea Teixeira, Andrea Grael, Andrea Ruchmann e Nicole Voelker de apenas 15 anos de idade. As velejadoras do time, atualmente, possuem suas profissões. No entanto, boa parte começou cedo no esporte e já participou, inclusive, de competições mundiais importantes: “Todas as velejadoras deste grupo são amadoras. Nenhuma é profissional. Mas temos em nossa equipe gente que já participou de competições e já ganhou medalha no passado. A Isabela Malpighi, por exemplo, foi medalhista nos Jogos Pan Americanos de Winnipeg em 99, mas depois disso ela seguiu a carreira dela, que é engenheira. Ninguém do time vive de vela. Amamos velejar, mas temos todas as nossas profissões: advogadas, engenheiras, veterinária, médica, ceramista, artista, e a nossa mirim de 15 anos que ainda está estudando”, explicou Daniela

O grupo está em Ilhabela participando da 50ª edição da Semana Internacional de Vela. De acordo com Daniela, estar dentro da competição é importante pois às mantém em contato com velejadores de todo o Brasil e de outros países. “Isso é muito legal porque são pessoas que geralmente já são velejadores de grande experiência. Então a gente aprende bastante com eles. É sempre uma oportunidade maravilhosa de aprimorar os conhecimentos, de conhecer outras técnicas, outras pessoas, ver como é que os outros estão fazendo e se inspirar. Enfim, isso sempre é um grande aprendizado”, detalhou Daniela.

Além disso, o fato de competir no maior evento de vela oceânica do Brasil traz, segundo Daniela, causa um impacto positivo para o grupo: “A Semana de Vela de Ilhabela é o evento que mais reúne veleiros na competição. É um evento super marcante para toda a comunidade náutica da América do Sul. Então ela tem uma importância enorme por conta do seu tamanho”, disse

A integrante do time V’Elas acredita que com mais divulgação, entre elas a criação escolinhas de velas pelo litoral brasileiro, o esporte poderia, que sabe, se tornar mais popular e acessível no país: “Eu acho que as escolinhas de vela são a grande porta de entrada para novas gerações. Acredito que assim a gente consegue popularizar a vela”, previu Daniela 

Conscientização

Estar em Ilhabela, assim como em outras competições, não tem a ver somente com o fato de velejar. Para Daniela Sanches, o grupo está também engajado nas questões ambientais, afinal, um esporte cujo combustível é o vento tem tudo a ver com o tema. “Velejar é colocar o barco para performar da melhor maneira diante das condições que a natureza nos entrega, que são: mar, onda, corrente, vento, maré... Pensar sobre como aproveitar tudo isso de uma maneira ótima faz com a natureza se torne muito aliada do esporte. Nos incomoda demais ver lixo no mar. E não é simplesmente porque atrapalha o lugar onde a gente faz o nosso esporte, é porque o mar é uma coisa linda. Então, o que a gente faz dentro do nosso grupo para melhorar este cenário de degradação do mar? A gente recolhe o lixo que encontramos pelo caminho”, finalizou