28/08/2024 20:34:00 - Atualizado em 30/08/2024 17:40:00

Rafaela Silva revela bastidores do bronze em Paris 2024 e projeta futuro: "Pretendo disputar mais uma Olimpíada"

Caio Fonseca/Redação RedeTV!

A medalhista olímpica também relembrou início da carreira e falou sobre uma possível aposentadoria

(Foto:Caio Fonseca)

Após deixar o Brasil inteiro nervoso e eufórico com a conquista da medalha de bronze no judô por equipes nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a judoca Rafaela Silva conversou com exclusividade com o portal da Rede TV! e comentou sobre os bastidores da maior competição esportiva do mundo, além de projetar sua carreira nos próximos anos.

Rafaela Silva, nascida na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, revelou como foi um dos momentos que pararam o Brasil na competição por equipes, que garantiu o bronze junto com Rafael Macedo, Beatriz Souza, Leonardo Gonçalves, Willian Lima e Ketleyn Quadros.

(Foto: Divulgação/COB)

"A gente sempre fica torcendo para que seja escolhida uma categoria em que a gente tenha mais chance de ganhar. Por isso, eu queria que a minha fosse sorteada. Teoricamente, de todas as lutas, a minha foi a que teve mais tranquilidade em termos das seis disputas que aconteceram. E nunca tinha sido sorteada uma categoria feminina, mesmo com três sorteios em três competições diferentes. Queríamos que fosse uma mulher porque os combates das brasileiras foram mais tranquilos", disse Rafaela Silva, que também foi medalhista de ouro nas Olimpíadas do Rio 2016.

Em um momento decisivo do sorteio que definiria quem disputaria a medalha por equipes contra a Itália, Rafaela apareceu gritando um número que todos os espectadores tentavam entender. Era, na verdade, o número que determinaria a luta contra a italiana Veronica Toniolo, na categoria até 57 kg entre as mulheres, na qual a judoca brasileira venceu por ippon após um contragolpe para o waza-ari.

"Eu nunca gritei tanto um número na vida! Ninguém nem sabia por que eu estava gritando um número. Mas é disso que as pessoas mais falam. Queriam tanto que fosse eu... Quem acompanhou minha competição no individual viu que eu fiquei sem medalha", contou a atleta.

Início e futuro!

Nas competições olímpicas, o judô é uma das modalidades que mais conquista medalhas para o Brasil. No entanto, como esse esporte pode chegar até uma criança de comunidade, onde o olhar geralmente está voltado somente ao futebol? Rafaela comentou sobre o início de sua trajetória.

"Com certeza eu não imaginava chegar onde estou hoje, porque quando comecei, aos 5 anos, eu nem sabia o que era judô. Tanto que meu pai foi procurar alguma atividade para mim e minha irmã fazermos. Tinha judô, dança e futebol. Minha irmã foi para a dança e eu fui para o futebol, porque nunca tinha ouvido falar em judô e nem sabia o que era. E mesmo quando comecei a treinar, não tinha a expectativa de competir; eu fazia para ocupar o tempo mesmo, porque cresci na comunidade da Cidade de Deus, no Rio", contou a judoca.

"Aos 8 anos, fui federada pelo Instituto Reação, onde fiquei por 19 anos e comecei a competir. Acompanhei mais a modalidade na TV, como o Mundial no Rio, em 2007, e o Pan-Americano, e assim despertou o interesse de estar na Seleção Brasileira de Judô, de ir para as Olimpíadas, para um campeonato mundial", revelou Rafaela.

A brasileira também pontuou as coisas mais incríveis que o judô já lhe proporcionou, mostrando que o esporte é uma ferramenta para mudar vidas. "Com toda certeza o judô me trouxe muitas coisas, mas o principal foi a saúde e poder ajudar minha família. Através dos resultados no tatame, consegui o apoio de patrocinadores e reformei a casa dos meus pais. Para mim, essa foi minha maior conquista."

(Foto: Reprodução/Instagram)

Rafaela Silva também afirmou que pretende estar no tatame em Los Angeles 2028: "Ainda não tenho planos de me aposentar, porque pretendo disputar mais uma Olimpíada pelo Brasil em 2028. Mas também não sei como vai ser depois, é extremamente difícil projetar em esporte de alto rendimento onde tudo pode acontecer. Porém, o principal objetivo é estar em Los Angeles em 2028", disse.

Obstáculos no esporte!

Ainda na entrevista ao ‘Portal da RedeTV’, Rafael comentou sobre as dificuldades que os atletas de esportes não tão populares enfrentam durante todo o ciclo olímpico. Vale lembrar que o judô é a modalidade que mais trouxe medalhas para o Brasil em Olimpíadas.

"Se o judô tivesse mais visibilidade, não só por ser o esporte que traz mais medalhas olímpicas, mas acredito que para todas as modalidades que não são tão vistas no Brasil, se a gente tivesse esse apoio durante todo o ciclo olímpico, e não só no período dos Jogos, ajudaria a dar visibilidade, garantindo mais patrocínios e não precisando se desdobrar tanto para conciliar o treino e outras formas de manter as contas", afirmou.

Rafaela também abriu o jogo e revelou o seu sentimento ao ter um dos objetos mais desejados do mundo esportivo: "É diferente porque é um sonho realizado que a gente carrega desde a infância. Depois, fica até estranho, porque estamos sentados no sofá e a medalha ali no móvel, e eu penso comigo mesma: 'Tá bom, e agora? O que vou fazer com isso?' [risos]. Mas é bom porque a gente quer sempre ficar tocando nela, para relembrar o momento vitorioso."

Confira a entrevista completa: 

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