Desaparecimento de Priscila Belfort: quase duas décadas sem respostas
Vista pela última vez no dia 9 de janeiro de 2004
(Foto: Reprodução/ Disney Plus)
Em 9 de janeiro de 2004, uma sexta-feira no Rio de Janeiro, a vida da família Belfort foi drasticamente alterada. “Cadê Priscila?” — essa pergunta ecoa na família desde então. Priscila Belfort, irmã do lutador de MMA Vitor Belfort, desapareceu após sair para almoçar no Centro da cidade, e seu paradeiro continua desconhecido. O documentário Volta Priscila, produzido pela Disney Plus, não só revisita os detalhes do caso, mas também explora o impacto devastador desse sumiço na família, que há quase duas décadas busca por respostas.
Para Jovita, mãe de Priscila, a ausência de notícias é uma dor que ela carrega diariamente. “É um enterro diário para quem não tem seu filho com você”, revela, resumindo o luto contínuo de não saber o que aconteceu. O sentimento de impotência também é reforçado pela frustração com a falta de informações: “O pior de tudo é você não ter uma resposta”, comenta, destacando que, mesmo com o passar dos anos, a esperança de que alguém possa se manifestar com pistas ainda persiste.
Vitor, que sempre usou sua plataforma no mundo das lutas para dar visibilidade ao desaparecimento da irmã, fez questão de lembrar Priscila durante um dos momentos mais importantes de sua carreira. Quando lutou pelo cinturão do MMA, ele entrou no octógono vestindo uma camiseta estampada com o rosto de Priscila e um apelo por informações sobre seu paradeiro. Para ele, a disputa pelo título foi além do esporte; foi uma maneira de manter viva a busca por esclarecimentos sobre a localização de sua irmã. “Visitar o passado serve para mudar o presente e ter esperança para o futuro”, afirma Vitor, revelando como revisitar a história de Priscila continua sendo uma forma de alimentar a expectativa de um desfecho.
Além da luta pessoal, a tragédia levou a esposa de Vitor, Joana Prado, a criar a ONG Together For Them, com o objetivo de conscientizar sobre o tráfico humano e desaparecimentos. “A ONG surgiu de uma dor muito grande e de uma preocupação de uma mãe que sofreu um trauma”, explica Joana, referindo-se ao medo que sentiu por seus próprios filhos após o desaparecimento de Priscila. A ONG trabalha em prol da educação e prevenção, ajudando outras famílias a se protegerem dos mesmos perigos.
Com a estreia de Volta Priscila, a família Belfort deposita suas esperanças de que o documentário traga nova visibilidade ao caso e, quem sabe, novas informações sobre o paradeiro de Priscila. Após quase 20 anos, o desejo por esclarecimentos continua forte, e a expectativa de que a verdade finalmente venha à tona nunca foi tão viva.
Além disso, o documentário faz uma crítica ao processo investigativo, que, segundo a família, deixou muitas perguntas sem solução. Hipóteses como sequestro, tráfico de pessoas e até mesmo envolvimento com drogas surgiram ao longo dos anos, mas nada foi confirmado, e a família sempre negou qualquer associação de Priscila com drogas. O impacto desse caso foi tão grande que, em 2014, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) foi criada no Rio de Janeiro, refletindo a pressão da sociedade por respostas mais rápidas e eficazes em casos de desaparecimento.
Quase 20 anos depois, o desaparecimento de Priscila Belfort permanece um mistério angustiante. Para a família, cada novo dia é mais uma batalha pela verdade. Com o lançamento de Volta Priscila, as esperanças de que novas pistas surjam foram renovadas. O que nunca desapareceu, no entanto, é o desejo inabalável de justiça e o apelo por respostas que finalmente tragam paz à família e justiça para Priscila.
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