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Ministra da Saúde responsabiliza Bolsonaro pela queda da cobertura vacinal no Brasil

“O discurso antivacina foi defendido pelo próprio presidente da República”, destacou Nísia Trindade em entrevista ao 'É Notícia'

(Foto: Divulgação RedeTV!)

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu a importância da vacinação e criticou a atuação do governo de Jair Bolsonaro na imunização contra a Covid-19, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, que irá ao ar nesta quinta-feira (20), às 23h45.  

Ao “É Notícia”, a ministra, que estava a frente da Fiocruz durante o período mais difícil da pandemia, afirmou que o discurso antivacina do então presidente da República, Jair Bolsonaro, dificultou a cobertura vacinal dos brasileiros. “Mesmo o Ministério tendo adquirido as vacinas, o discurso antivacina foi defendido pelo próprio presidente da República”, comentou.  

Nísia classifica a atitude de Bolsonaro, ao desconfiar da imunização, como crime e pontua que muitas vidas poderiam ter sido salvas se o Brasil tivesse seguido as instruções da Organização Mundial da Saúde (OMS) durante o período pandêmico. “Eu acredito que pelo menos 200 mil vidas nós poderíamos ter salvo com base em dados existentes. Sobretudo, continuar numa linha de defesa quando as vacinas estiveram disponíveis”, defendeu a ministra.

A cientista elogiou a postura do presidente Lula ao ser vacinado no lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação e destacou a segurança das vacinas. “Não existe vacina que não tenha passado por pesquisa. Nada surgiu do acaso. Todas passaram pelas etapas de segurança.”

Nesta quinta, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou um relatório onde mostra que a percepção dos brasileiros em relação à importância das vacinas diminuiu no período pós-covid. Entretanto, a ministra defende que a gestão de Lula pretende reverter este quadro. “O Brasil sempre foi um exemplo em vacinação”, disse. 

Nísia é a primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde e pontua que ao assumir a pasta encontrou uma situação de decadência, onde não havia capacidade de coordenar ações essenciais para atender a população. “Eu encontrei uma situação de desmonte de políticas em todas as áreas. Desde a ciência e tecnologia aplicada ao SUS até a atenção primaria”. Ela ainda ressaltou que sem a PEC da Transição cerca de 60% do orçamento para programas essenciais seria cortado. 

Recentemente, os ataques e ameaças nas unidades educacionais ganhou destaque no governo Lula, promovendo reuniões interministeriais para definir ações de enfrentamento à violência nas escolas. No bate-papo com Kennedy Alencar, a ministra destacou o papel do Ministério da Saúde para proteção dos estudantes. “Precisamos ter um diagnóstico mais preciso para entender o que faz gerar essa violência.”

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